Presidência
da República |
DECRETO Nº 3.860, DE 9 DE JULHO DE 2001.
|
O
PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos
IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto nas Leis nos 4.024, de 20
de dezembro de 1961, 9.131, de 24 de novembro de 1995, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DA CLASIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR
Art. 1o As instituições de ensino superior classificam-se em:
I
- públicas, quando criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder
Público; e
II
- privadas, quando mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado.
Art. 2o Para os fins deste Decreto, entende-se por cursos superiores os
referidos nos incisos I e II do art. 44 da Lei no
9.394, de 20 de dezembro de 1996.
CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES MANTENEDORAS
Art. 3o As pessoas jurídicas de direito privado mantenedoras de
instituições de ensino superior poderão assumir qualquer das formas admitidas em
direito de natureza civil ou comercial, e, quando constituídas como fundação, serão
regidas pelo disposto no art. 24 do Código Civil Brasileiro.
Parágrafo único. O estatuto ou contrato social da entidade mantenedora, bem assim suas
alterações, serão devidamente registrados pelos órgãos competentes e remetidos ao
Ministério da Educação.
Art. 4o A transferência de cursos e instituições de ensino superior
de uma para outra entidade mantenedora deverá ser previamente aprovada pelo Ministério
da Educação.
Art. 5o As entidades mantenedoras de instituições de ensino superior
sem finalidade lucrativa publicarão, para cada ano civil, suas demonstrações
financeiras certificadas por auditores independentes e com parecer do respectivo conselho
fiscal, sendo ainda obrigadas a:
I
- manter, em livros revestidos de formalidades que assegurem a respectiva exatidão,
escrituração completa e regular de todos os dados fiscais na forma da legislação
pertinente, bem assim de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua
situação patrimonial; e
II
- conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contados da data de emissão, os
documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem
como a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua
situação patrimonial.
§
1o As entidades de que trata o caput deverão, ainda, quando
determinado pelo Ministério da Educação:
I
- submeter-se a auditoria; e
II
- comprovar:
a)
a aplicação dos seus excedentes financeiros para os fins da instituição de ensino
superior mantida; e
b)
a não remuneração ou concessão de vantagens ou benefícios, por qualquer forma ou
título, a seus instituidores, dirigentes, sócios, conselheiros, ou equivalentes.
§
2o Em caso de encerramento de suas atividades, as instituições de que
trata o caput deverão destinar seu patrimônio a outra instituição congênere ou
ao Poder Público, promovendo, se necessário, a alteração estatutária correspondente.
Art. 6o As entidades mantenedoras de instituições de ensino superior
com finalidade lucrativa, ainda que de natureza civil, deverão elaborar, em cada
exercício social, demonstrações financeiras atestadas por profissionais competentes.
CAPÍTULO III
DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Art. 7o Quanto à sua organização acadêmica, as instituições de
ensino superior do Sistema Federal de Ensino, classificam-se em:
I
- universidades;
II - centros
universitários; e
III - faculdades
integradas, faculdades, institutos ou escolas superiores.
I - universidades;
(Redação dada pelo Decreto
nº 5.225, de 2004)
II - Centros
Federais de Educação Tecnológica e centros universitários; e (Redação dada pelo Decreto nº
5.225, de 2004)
III - faculdades
integradas, faculdades de tecnologia, faculdades, institutos e escolas superiores. (Redação dada pelo Decreto nº
5.225, de 2004)
Parágrafo único. São
estabelecimentos isolados de ensino superior as instituições mencionadas no inciso III
deste artigo. (Incluído pelo
Decreto nº 5.225, de 2004)
Art. 8o As universidades caracterizam-se pela oferta regular de
atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, atendendo ao que dispõem os arts. 52, 53 e 54 da Lei no 9.394, de 1996.
§
1o As atividades de ensino previstas no caput deverão
contemplar, nos termos do art. 44 da Lei 9.394, de
1996, programas de mestrado ou de doutorado em funcionamento regular e avaliados
positivamente pela Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior -
CAPES.
§
2o A criação de universidades especializadas, admitidas na forma do
parágrafo único do art. 52 da Lei no
9.394, de 1996, dar-se-á mediante a comprovação da existência de atividades de
ensino e pesquisa, tanto em áreas básicas como nas aplicadas, observado o disposto neste
artigo.
§
3o As universidades somente serão criadas por credenciamento de
instituições de ensino superior já credenciadas e em funcionamento regular, com
qualidade comprovada em avaliações coordenadas pelo Ministério da Educação.
Art. 9o Para os fins do inciso III do art. 52 da Lei no 9.394, de 1996,
entende-se por regime de trabalho docente em tempo integral aquele que obriga a
prestação de quarenta horas semanais de trabalho na mesma instituição, nele reservado
o tempo de pelo menos vinte horas semanais destinado a estudos, pesquisa, trabalhos de
extensão, planejamento e avaliação.
Art. 10. As universidades, mediante prévia autorização do Poder Executivo, poderão
criar cursos superiores em municípios diversos de sua sede, definida nos atos legais de
seu credenciamento, desde que situados na mesma unidade da federação.
§
1o Para os fins do disposto no art.
52 da Lei no 9.394, de 1996, os cursos criados na forma deste
artigo, organizados ou não em novo campus, integrarão o conjunto da universidade.
§
2o A autonomia prevista no inciso I do art. 53 da Lei no 9.394, de 1996,
não se estende aos cursos e campus fora de sede das universidades.
§
3o Os campi fora de sede já criados e em funcionamento na data
de publicação deste Decreto preservarão suas atuais prerrogativas de autonomia até a
conclusão do processo de recredenciamento da Universidade, ao qual estarão igualmente
sujeitos.
§ 3o Os campi fora de sede
já criados e em funcionamento na data de publicação deste Decreto preservarão suas
atuais prerrogativas de autonomia, sendo submetidos a processo de recredenciamento em
conjunto com a sede da universidade.(Redação dada pelo Decreto nº
3.908, de 4.9.2001)
Art. 11. Os centros
universitários são instituições de ensino superior pluri-curriculares, que se
caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pelo desempenho de seus
cursos nas avaliações coordenadas pelo Ministério da Educação, pela qualificação do
seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade
escolar. (Revogado
pelo Decreto nº 4.914, de 11.12.2003)
§ 1o
Fica estendida aos centros universitários credenciados autonomia para criar, organizar e
extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior, assim como remanejar ou
ampliar vagas nos cursos existentes.
§ 2o
Os centros universitários poderão usufruir de outras atribuições da autonomia
universitária, além da que se refere o § 1o, devidamente definidas no
ato de seu credenciamento, nos termos do § 2o
do art. 54 da Lei no 9.394, de 1996
§ 3o
A autonomia de que trata o § 2o deverá observar os limites definidos
no plano de desenvolvimento da instituição, aprovado quando do seu credenciamento e
recredenciamento.
§ 4o
É vedada aos centros universitários a criação de cursos fora de sua sede indicada nos
atos legais de credenciamento.
§ 5o
Os centros universitários somente serão criados por credenciamento de instituições de
ensino superior já credenciadas e em funcionamento regular, com qualidade comprovada em
avaliações coordenadas pelo Ministério da Educação.(Revogado pelo Decreto nº 4.914, de 11.12.2003)
Art. 11-A. Os
Centros Federais de Educação Tecnológica são instituições de ensino superior
pluricurriculares, especializados na oferta de educação tecnológica nos diferentes
níveis e modalidades de ensino, caracterizando-se pela atuação prioritária na área
tecnológica. (Incluído pelo
Decreto nº 5.225, de 2004)
§ 1o Fica
estendida aos Centros Federais de Educação Tecnológica autonomia para criar, organizar
e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior voltados à área
tecnológica, assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos existentes nessa área. (Incluído pelo Decreto nº
5.225, de 2004)
§ 2o Os
Centros Federais de Educação Tecnológica poderão usufruir de outras atribuições da
autonomia universitária, além da que se refere o § 1o, devidamente
definidas no ato de seu credenciamento, nos termos do § 2o do art. 54
da Lei no 9.394, de 1996. (Incluído pelo Decreto nº
5.225, de 2004)
§ 3o A
autonomia de que trata o § 2o deverá observar os limites definidos no
plano de desenvolvimento institucional, aprovado quando do seu credenciamento e
recredenciamento. (Incluído
pelo Decreto nº 5.225, de 2004)
§ 4o Os
Centros Federais de Educação Tecnológica, mediante prévia autorização do Poder
Executivo, poderão criar cursos superiores em municípios diversos do de sua sede,
indicada nos atos legais de seu credenciamento, desde que situados na mesma unidade da
federação. (Incluído pelo
Decreto nº 5.225, de 2004)
§ 5o O
credenciamento de Centros Federais de Educação Tecnológica ocorrerá somente a partir
da transformação de Escolas Técnicas ou Agrotécnicas Federais em funcionamento
regular, com qualidade comprovada, conforme critérios específicos a serem fixados pelo
Ministério da Educação. (Incluído
pelo Decreto nº 5.225, de 2004)
Art. 12. Faculdades integradas são instituições com propostas curriculares em mais de
uma área de conhecimento, organizadas para atuar com regimento comum e comando unificado.
Art.
13. A criação de cursos superiores em instituições credenciadas como faculdades
integradas, faculdades, institutos superiores ou escolas superiores depende de prévia
autorização do Poder Executivo.
Art. 13. A criação de cursos superiores em
instituições credenciadas como faculdades integradas, faculdades de tecnologia,
faculdades, institutos superiores ou escolas superiores depende de prévia autorização
do Poder Executivo. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.225, de 2004)
Art. 14. Os institutos superiores de educação criados na forma do Decreto
no 3.276, de 6 de dezembro de 1999, deverão definir planos de desenvolvimento
institucional.
Parágrafo único. Os institutos de que trata o caput, poderão ser organizados
como unidades acadêmicas de instituições de ensino superior já credenciadas, devendo
neste caso definir planos de desenvolvimento acadêmico.
Art. 15. Anualmente, antes de cada período letivo, as instituições de ensino superior
tornarão públicos seus critérios de seleção de alunos nos termos do art. 44, inciso II, da Lei no 9.394,
de 1996, e de acordo com as orientações do Conselho Nacional de Educação.
§1o Na ocasião do anúncio previsto no caput deste artigo, as
instituições de ensino superior também tornarão publicas:
I
- a relação nominal dos docentes e sua qualificação, em efetivo exercício;
II
- a descrição dos recursos materiais à disposição dos alunos, tais como
laboratórios, computadores, acesso às redes de informação e acervo das bibliotecas;
III - o elenco dos cursos reconhecidos e dos cursos em processo de reconhecimento;
IV - os resultados das avaliações do Exame Nacional de Cursos e das condições de
oferta dos cursos superiores, realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais - INEP; e
V
- o valor dos encargos financeiros a serem assumidos pelos alunos e as normas de reajuste
aplicáveis ao período letivo a que se refere o processo seletivo.
§
2o O não-cumprimento do disposto no parágrafo anterior, bem assim a
publicação de informação inverídica, constituem deficiências para os fins do § 1o
do art. 46 da Lei no 9.394, de 1996.
CAPÍTULO IV
DA AVALIAÇÃO
Art. 16. Para fins de cumprimento dos arts. 9o e
46 da Lei no 9.394, de 1996, o Ministério
da Educação coordenará a avaliação de cursos, programas e instituições de ensino
superior.
§
1o Para assegurar processo nacional de avaliação de cursos e instituições de
ensino superior, o Ministério da Educação manterá cooperação com os sistemas
estaduais de educação.
§
2o Para assegurar o disposto no §
3o do art. 80 da Lei no 9.394, de 1996, o Ministério da Educação
coordenará a cooperação e integração prevista com os sistemas de ensino estaduais.
Art. 17. A avaliação de cursos e instituições de ensino superior será organizada e
executada pelo INEP, compreendendo as seguintes ações:
I
- avaliação dos principais indicadores de desempenho global do sistema nacional de
educação superior, por região e Unidade da Federação, segundo as áreas do
conhecimento e a classificação das instituições de ensino superior, definidos no
Sistema de Avaliação e Informação Educacional do INEP;
II
- avaliação institucional do desempenho individual das instituições de ensino
superior, considerando, pelo menos, os seguintes itens:
a)
grau de autonomia assegurado pela entidade mantenedora;
b)
plano de desenvolvimento institucional;
c)
independência acadêmica dos órgãos colegiados da
instituição;
d)
capacidade de acesso a redes de comunicação e sistemas de informação;
e)
estrutura curricular adotada e sua adequação com as diretrizes curriculares nacionais de
cursos de graduação;
f) critérios e procedimentos adotados na avaliação do rendimento escolar;
g)
programas e ações de integração social;
h)
produção científica, tecnológica e cultural;
i)
condições de trabalho e qualificação docente;
j)
a auto-avaliação realizada pela instituição e as providências adotadas para
saneamento de deficiências identificadas; e
l)
os resultados de avaliações coordenadas pelo Ministério da
Educação; e
III - avaliação dos cursos superiores, mediante a análise dos resultados do Exame
Nacional de Cursos e das condições de oferta de cursos superiores.
§
1o A análise das condições de oferta de cursos superiores referida no inciso III
será efetuada nos locais de seu funcionamento, por comissões de especialistas
devidamente designadas, e considerará:
I - organização didático-pedagógica;
II
- corpo docente, considerando principalmente a titulação, a experiência profissional, a
estrutura da carreira, a jornada de trabalho e as condições de trabalho;
III- adequação das instalações físicas gerais e específicas, tais como laboratórios
e outros ambientes e equipamentos integrados ao desenvolvimento do curso; e
IV
- bibliotecas, com atenção especial para o acervo especializado, inclusive o
eletrônico, para as condições de acesso às redes de comunicação e para os sistemas
de informação, regime de funcionamento e modernização dos meios de atendimento.
§
2o As avaliações realizadas pelo INEP subsidiarão os processos de
recredenciamento de instituições de ensino superior e de reconhecimento e renovação de
reconhecimento de cursos superiores.
Art. 18. A avaliação de programas de mestrado e doutorado,
por área de conhecimento, será realizada pela CAPES, de acordo com critérios e
metodologias próprios.
CAPÍTULO V
DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
Art. 19. A autorização para funcionamento e o reconhecimento de cursos superiores, bem
assim o credenciamento e o recredenciamento de instituições de ensino superior
organizadas sob quaisquer das formas previstas neste Decreto, terão prazos limitados,
sendo renovados, periodicamente, após processo regular de avaliação.
Art. 20. Os pedidos de credenciamento e de recredenciamento de instituições de ensino
superior e de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos
superiores serão formalizados pelas respectivas entidades mantenedoras, atendendo aos
seguintes requisitos de habilitação:
I
- cópia dos atos, registrados no órgão oficial competente, que atestem sua existência
e capacidade jurídica de atuação, na forma da legislação pertinente;
II - prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
III - prova de regularidade perante a Fazenda Federal, Estadual e Municipal;
IV
- prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço;
V
- demonstração de patrimônio para manter instituição ou instituições de educação;
VI
- identificação dos integrantes do corpo dirigente, destacando a experiência acadêmica
e administrativa de cada um;
VII - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual e municipal, se for o
caso; e
VIII - estatuto da universidade ou centro universitário, ou regimento da instituição de
ensino sem prerrogativas de autonomia.
Parágrafo único. O Ministério da Educação definirá, em ato próprio, os
requisitos de habilitação aplicáveis às instituições federais de ensino superior
nos processos de que trata o caput.
Art. 21. As universidades, na forma disposta neste Decreto, somente serão criadas
por novo credenciamento de instituições de ensino superior já credenciadas e em
funcionamento regular, e que apresentem bom desempenho nas avaliações realizadas pelo
INEP, ou, no caso de instituições federais, por lei específica.
Parágrafo único. O credenciamento e o recredenciamento das universidades, bem assim a
aprovação dos respectivos estatutos e suas alterações, serão efetivados mediante ato
do Poder Executivo, após deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho
Nacional de Educação, homologada pelo Ministro de Estado da Educação.
Art. 22. O processo de recredenciamento de universidades autorizadas ou credenciadas antes
da vigência da Lei no 9.394, de 1996, deverá ocorrer sem prejuízo do
estabelecido no § 2o do art. 88 da mesma Lei.
Art. 23. Os centros universitários, na forma disposta neste Decreto, somente serão
criados por credenciamento de instituições de ensino superior já credenciadas e em
funcionamento regular, e que apresentem, na maioria de seus cursos de graduação, bom
desempenho na avaliação do Exame Nacional de Cursos e nas demais avaliações realizadas
pelo INEP.
Parágrafo único. O credenciamento e recredenciamento dos centros universitários, bem
assim a aprovação dos respectivos estatutos e suas alterações,
serão efetivados mediante ato do Poder Executivo, após deliberação da Câmara de
Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo Ministro de Estado
da Educação.
Art.
24. O credenciamento das faculdades integradas, faculdades, institutos superiores e
escolas superiores dar-se-á mediante ato do Poder Executivo.
Art. 24. O credenciamento das faculdades integradas,
faculdades de tecnologia, faculdades, institutos superiores e escolas superiores dar-se-á
mediante ato do Poder Executivo. (Redação dada pelo Decreto nº
5.225, de 2004)
Art. 25. O credenciamento e o recredenciamento de instituições de ensino superior,
cumpridas todas as exigências legais, ficam condicionados a formalização de termo de
compromisso entre a entidade mantenedora e o Ministério da Educação.
Parágrafo único. Integrarão o termo de compromisso de que trata o caput, os
seguintes documentos:
I
- plano de implantação e desenvolvimento de seus cursos superiores, de forma a assegurar
o atendimento aos critérios e padrões de qualidade para o corpo docente, infra-estrutura
geral e específica e organização didático-pedagógica, bem como a descrição dos
projetos pedagógicos a serem implantados até sua plena integralização, considerando as
diretrizes nacionais de currículo aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e
homologadas pelo Ministro de Estado da Educação;
II
- critérios e procedimentos editados pelo Ministério da Educação, reguladores da
organização, supervisão e avaliação do ensino superior;
III - descrição e cronograma do processo de expansão da instituição a ser
credenciada, em relação ao aumento de vagas, abertura de cursos superiores, ampliação
das instalações físicas e, quando for o caso, abertura de cursos fora de sede;
IV
- valor dos encargos financeiros assumidos pelos alunos e as normas de reajuste
aplicáveis durante o desenvolvimento dos cursos;
V
- projeto de qualificação da instituição, contendo, pelo menos, a descrição dos
procedimentos de auto-avaliação institucional, bem como os de atendimento aos alunos,
incluindo orientação administrativa, pedagógica e profissional, acesso aos
laboratórios e bibliotecas e formas de participação dos professores e alunos nos
órgãos colegiados responsáveis pela condução dos assuntos acadêmicos; e
VI
- minuta de contrato de prestação de serviços educacionais a ser firmado entre a
instituição e seus alunos, visando garantir o atendimento dos padrões de qualidade
definidos pelo Ministério da Educação e a regularidade da oferta de ensino superior de
qualidade.
Art. 26. A autorização prévia para o funcionamento de cursos superiores em
instituições de ensino superior mencionadas no inciso III do art. 7o deste
Decreto será formalizada mediante ato do Poder Executivo.
§
1o O ato de que trata o caput fixará o número de vagas, o município e o
endereço das instalações para o funcionamento dos cursos autorizados.
§
2o O disposto no caput e no § 1o deste artigo aplica-se, igualmente,
aos cursos referidos no art. 10.
Art. 27. A criação de cursos de graduação em medicina, em odontologia e em psicologia,
por universidades e demais instituições de ensino superior, deverá ser submetida à
manifestação do Conselho Nacional de Saúde.
§
1o O Conselho Nacional de Saúde deverá manifestar-se no prazo máximo
de cento e vinte dias, contados da data do recebimento do processo remetido pela
Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.
§
2o A criação dos cursos de que trata o caput dependerá de deliberação
da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo
Ministro de Estado da Educação.
Art. 28. A criação e o reconhecimento de cursos jurídicos em instituições de ensino
superior, inclusive em universidades e centros universitários, deverão ser submetidos à
manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
§
1o O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil deverá
manifestar-se no prazo máximo de cento e vinte dias, contados da data do recebimento do
processo, remetido pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.
§
2o A criação dos cursos de que trata o caput dependerá de
deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação,
homologada pelo Ministro de Estado da Educação.
Art. 29. Os atos de autorização prévia de funcionamento de cursos de medicina,
psicologia, odontologia e direito ofertados por universidade, em sua sede, não se
estendem a cursos oferecidos fora de sua sede.
Art. 30. Os cursos superiores autorizados deverão iniciar suas atividades acadêmicas no
prazo máximo de até doze meses, contados da data de publicação do ato legal de sua
autorização, findo o qual este será automaticamente revogado.
Art. 31. O reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos superiores serão
formalizados mediante ato do Poder Executivo.
Parágrafo único. O reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos de
direito, medicina, odontologia e psicologia dependem de deliberação da Câmara de
Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, homologada pelo Ministro de Estado
da Educação.
Art. 32. O reconhecimento e a renovação de reconhecimento de cursos superiores ofertados
por universidades, em sua sede, nos termos do artigo anterior, serão formalizados
mediante atos do Poder Executivo, que fixarão o município e os endereços de
funcionamento de suas instalações.
Parágrafo único. Os atos referidos no caput não se estenderão a cursos
oferecidos fora da sede da universidade.
Art. 33. A autorização prévia de funcionamento de cursos fora de sede, ofertados por
universidades, em conformidade com o disposto no art. 10 deste Decreto, será formalizada
mediante ato do Poder Executivo, após deliberação da Câmara de Educação Superior do
Conselho Nacional de Educação, homologado pelo Ministro de Estado da Educação, que
fixará o município e o endereço de seu funcionamento.
Art. 34. O Ministério da Educação, após a aprovação pela Câmara de Educação
Superior do Conselho Nacional de Educação, estabelecerá os critérios e procedimentos
para:
I
- o credenciamento e recredenciamento de instituições de ensino superior referidas no
inciso III do art. 7o;
II - a autorização prévia de funcionamento de cursos superiores em instituições
não universitárias;
III - o reconhecimento de cursos superiores, ressalvados os que dependem de deliberação
individual da Câmara referida no caput; e
IV
- a elaboração de regimentos por parte de instituições de ensino superior não
universitária.
§
1o Os critérios e procedimentos referidos no caput deverão
levar em consideração, obrigatoriamente, os resultados da avaliação do Exame Nacional
de Cursos e das demais avaliações realizadas pelo INEP.
§
2o Compete ao Departamento de Políticas do Ensino Superior, da
Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação, considerando os resultados
das avaliações realizadas pelo INEP:
I
- a preparação dos atos necessários à execução dos procedimentos estabelecidos na
forma do caput;
II
- a instrução dos processos de deliberação obrigatória pela Câmara de Educação
Superior do Conselho Nacional de Educação; e
III - a expedição de notificação ao interessado na hipótese de indeferimento do
pleito.
§
3o Recebida a notificação de que trata o inciso III do § 2o,
o interessado poderá apresentar recurso ao Secretário de Educação Superior do
Ministério da Educação, observado o prazo de trinta dias contados da expedição da
notificação.
§
4o Na apreciação do recurso de que trata o parágrafo anterior, o
Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação poderá solicitar a
manifestação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação sobre
a matéria.
§
5o No caso de decisão final desfavorável nos processos de
credenciamento de instituições de ensino superior e de autorização prévia de
funcionamento de cursos superiores, inclusive os fora de sede em universidades, os
interessados só poderão apresentar nova solicitação relativa ao mesmo curso ou
instituição após decorrido o prazo de dois anos, a contar da publicação do ato.
Art. 35. Identificadas deficiências ou irregularidades mediante ações de supervisão ou
de avaliação e reavaliação de cursos ou instituições de ensino superior, nos termos
do art. 46 da Lei 9.394, de 1996, ou o
descumprimento do disposto no termo de compromisso mencionado no art. 25 deste Decreto, o
Poder Executivo determinará, em ato próprio, conforme o caso:
I
- a suspensão do reconhecimento de cursos superiores;
II
- a desativação de cursos superiores;
III - a suspensão temporária de prerrogativas de autonomia de universidades e centros
universitários;
IV
- a intervenção na instituição de ensino superior; e
V
- o descredenciamento de instituições de ensino superior.
§
1o O baixo desempenho em mais de uma avaliação no Exame Nacional de
Cursos e nas demais avaliações realizadas pelo INEP poderá caracterizar as
deficiências de que trata o caput.
§
2o O ato de intervenção referido no caput especificará sua
amplitude, prazo e condições de execução, e será acompanhado de designação de
dirigente pro tempore.
Art. 36. O Ministério da Educação, ouvida a Câmara de Educação Superior do
Conselho Nacional de Educação, estabelecerá os procedimentos para:
I
- suspensão do reconhecimento de cursos superiores;
II
- a desativação de cursos superiores;
III - a suspensão temporária de prerrogativas de autonomia de universidades e centros
universitários, observado o disposto no caput do art. 35;
IV
- a intervenção em instituição de ensino superior; e
V
- o descredenciamento de instituições de ensino superior .
§
1o Os cursos de graduação que tenham obtido, reiteradamente,
desempenho insuficiente na avaliação do Exame Nacional de Cursos e nas demais
avaliações realizadas INEP terão seu reconhecimento suspenso mediante ato do Poder
Executivo.
§
2o As instituições de ensino superior de que trata o caput
terão prazo de um ano para solicitar novo reconhecimento, sendo vedada a abertura de
processo seletivo de ingresso de novos alunos até que o curso obtenha novo
reconhecimento.
§
3o Decorrido o prazo de que trata o parágrafo anterior sem que a
instituição tenha solicitado novo reconhecimento, ou caso o processo de novo
reconhecimento identifique a manutenção das deficiências e irregularidades constatadas,
o curso será desativado.
§
4o As instituições de ensino superior credenciadas como centros
universitários e universidades e que possuam desempenho insuficiente na avaliação do
Exame Nacional de Cursos e nas demais avaliações realizadas pelo INEP terão suspensas
as prerrogativas de autonomia, mediante ato do Poder Executivo.
§ 4o As instituições de ensino
superior credenciadas como centros universitários, Centros Federais de Educação
Tecnológica e universidades e que possuam desempenho insuficiente na avaliação do Exame
Nacional de Cursos e nas demais avaliações realizadas pelo INEP terão suspensas as
prerrogativas de autonomia, mediante ato do Poder Executivo. (Redação dada pelo Decreto
nº 5.225, de 2004)
§
5o As instituições de que trata o § 4o serão
submetidas, nos termos do art. 34, a imediato processo de recredenciamento.
Art. 37. No caso de desativação de cursos superiores e de descredenciamento de
instituições, caberá à entidade mantenedora resguardar os direitos dos alunos, dos
docentes e do pessoal técnico administrativo.
Parágrafo único. São assegurados aos alunos de cursos desativados ou com o
reconhecimento suspenso:
I
- a convalidação de estudos até o final do período em que estiverem matriculados para
efeito de transferência; e
II
- o registro do diploma no caso daqueles que tenham concluído o curso ou estejam
matriculados no último período letivo, desde que comprovado o aproveitamento escolar
Art. 38. Será sustada a tramitação de solicitações de credenciamento e recredenciamento de instituições de ensino superior, e de autorização, reconhecimento
e renovação de reconhecimento de cursos superiores, quando a proponente estiver
submetida a processo de averiguação de deficiências ou irregularidades.
Art. 39. Os processos que, na data de publicação deste Decreto, estiverem protocolizados
no Conselho Nacional de Educação serão deliberados pela sua Câmara de Educação
Superior e submetidos à homologação do Ministro de Estado da Educação.
Art. 40. Fica delegada ao Ministro de Estado da Educação competência para a prática
dos atos referidos no § 1o do art. 8o, nos arts. 10, 13, 21, 23, 24, 26,
31, 32, 33, 35 e 36 deste Decreto.
Art. 41. Ficam revogados os Decretos nos 2.026, de
10 de outubro de 1996, e 2.306, de 19 de agosto de 1997.
Art. 42. Este Decreto entra em vigor em 12 de
julho de 2001.(Artigo incluído pelo Decreto nº 3.864, de 11.7.2001)
Brasília, 9 de julho de 2001; 180o da
Independência e 113o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. 10.7.2001