Presidência
da República |
LEI Nº 4.878, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1965.
Texto compilado |
Dispõe sôbre o regime jurídico peculiar dos funcionários policiais civis da União e do Distrito Federal. |
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Das Disposições Prelimimares
Art. 1º Esta Lei dispõe sôbre as peculiaridades do regime jurídico dos funcionários públicos civis da União e do Distrito Federal, ocupantes de cargos de atividade policial.
Art. 2º São policiais civis abrangidos por esta Lei os brasileiros legalmente investidos em cargos do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial Metropolitano, previsto no Sistema de Classificação de Cargos aprovado pela Lei nº 4.483, de 16 de novembro de 1964, com as alterações constantes da Lei nº 4.813, de 25 de outubro de 1965.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, é considerado funcionário policial o ocupante de cargo em comissão ou função gratificada com atribuições e responsabilidades de natureza policial.
Art. 3º O exercício de cargos de natureza policial é privativo dos funcionários abrangidos por esta Lei.
Art. 4º A
função policial, pelas suas características e finalidades, fundamenta-se na hierarquia
e na disciplina.
Art. 4º A função policial, fundada na hierarquia e na disciplina, é incompatível com qualquer outra atividade. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 247, de 1967)
Art. 5º A precedência entre os integrantes das classes e séries de classes do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial Metropolitano, se estabelece básica e primordialmente pela subordinação funcional.
CAPÍTULO II
Das Disposições Peculiares
Art. 6º A
nomeação será feita exclusivamente:
I - em caráter
efetivo, quando se tratar de cargo integrante de classe singular ou inicial de série de
classes, condicionada à anterior aprovação em curso específico da Academia Nacional de
Polícia;
II - em
comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em virtude de lei, assim deva ser
provido.
Art. 6º A nomeação será feita exclusivamente: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 1970)
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo integrante de classe singular ou inicial de série de classes condicionada à anterior aprovação em curso específico da Academia Nacional de Polícia; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 1970)
II - em comissão, quando se tratar de cargo isolado que em virtude de lei, assim deva ser provido. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 1970)
§ 1º Será aproveitado, havendo vaga, em
classe inicial de carreira de Inspetor de Polícia Federal, o ocupante de cargo de quadros
de pessoal do Departamento de Polícia Federal, desde que conte dois anos, no mínimo, de
exercício no cargo, satisfaça a condição de ser bacharel em direito e tenha sido
aprovado no curso de formação da Academia Nacional de Polícia correspondente à
referida carreira.
(Incluído pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 1970) (Revogado
pela Lei nº 5.800, de 1972)
§ 2º Para matrícula nos cursos de
formação profissional da Academia Nacional de Polícia, os ocupantes de cargos dos
quadros de pessoal do Departamento de Polícia Federal ficam dispensados do requisito a
que se refere o item VIII do artigo 9º desta lei mediante seleção a julgamento da
Direção-Geral do Departamento.
(Incluído pelo
Decreto-Lei nº 1.088, de 1970)
(Revogado pela Lei nº 5.800, de 1972)
Art. 7º A nomeação obedecerá a rigorosa ordem de classificação dos candidatos habilitados em curso a que se tenham submetido na Academia Nacional de Polícia.
Art. 8º A Academia Nacional de Polícia manterá, permanentemente, cursos de formação profissional dos candidatos ao ingresso no Departamento Federal de Segurança Pública e na Polícia do Distrito Federal. (Vide Decreto-lei nº 2.179, de 1984)
Art. 9º São requisitos para matrícula na Academia Nacional de Polícia:
I - ser brasileiro;
II - ter completado dezoito anos de idade;
III - estar no gôzo dos direitos políticos;
IV - estar quite com as obrigações militares;
V - ter
procedimento irrepreensível;
V - ter procedimento irrepreensível e idoneidade moral inatacável, avaliados segundo normas baixadas pela Direção Geral do Departamento de Polícia Federal. (Redação dada pela Lei nº 6.974, de 1981)
VI - gozar de boa saúde, física e psíquica, comprovada em inspeção médica;
VII - possuir temperamento adequado ao exercício da função policial, apurado em exame psicotécnico realizado pela Academia Nacional de Polícia;
VIII - ter sido habilitado préviamente em concurso público de provas ou de provas e títulos.
§ 1º A prova da condição prevista no item IV dêste artigo não será exigida da candidata ao ingresso na Polícia Feminina.
§ 2º Será demitido, mediante processo disciplinar regular, o funcionário policial que, para ingressar no Departamento Federal de Segurança Pública e na Polícia do Distrito Federal, omitiu fato que impossibilitaria a sua matrícula na Academia Nacional de Polícia.
Art. 10. São competentes para dar posse:
I - o Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública, ao Chefe de seu Gabinete, ao Corregedor, aos Delegados Regionais e aos diretores e chefes de serviço que lhe sejam subordinados;
II - o Diretor da Divisão de Administração do mesmo Departamento, nos demais casos;
III - o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ao Chefe de seu Gabinete e aos Diretores que lhe sejam subordinados;
IV - o Diretor da Divisão de Serviços Gerais da Polícia do Distrito Federal, nos demais casos.
Parágrafo único. O Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública, o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e o Diretor da Divisão de Administração do referido Departamento poderão delegar competência para dar posse.
Art. 11. O funcionário policial não poderá afastar-se de sua repartição para ter exercício em outra ou prestar serviços ao Poder Legislativo ou a qualquer Estado da Federação, salvo quando se tratar de atribuição inerente à do seu cargo efetivo e mediante expressa autorização do Presidente da República ou do Prefeito do Distrito Federal, quando integrante da Polícia do Distrito Federal.
Art. 12. A freqüência aos cursos de formação profissional da Academia Nacional de Polícia para primeira investidura em cargo de atividade policial é considerada de efetivo exercício para fins de aposentadoria.
Art. 13. Estágio probatório é o período de dois anos de efetivo exercício do funcionário policial, durante o qual se apurarão os requisitos previstos em lei.
Parágrafo único. Mensalmente, o responsável pela repartição ou serviço, em que esteja lotado funcionário policial sujeito a estágio probatório, encaminhará ao órgão de pessoal relatório sucinto sôbre o comportamento do estagiário.
Art. 14. Sem prejuízo da remessa prevista no parágrafo único do artigo anterior, o responsável pela repartição ou serviço em que sirva funcionário policial sujeito a estágio probatório, seis meses antes da terminação dêste, informará reservadamente ao órgão de pessoal sôbre o funcionário, tendo em vista os requisitos previstos em lei.
Art. 15. As promoções serão realizadas em 21 de abril e 28 de outubro de cada ano, desde que verificada a existência de vaga e haja funcionários em condições de a ela concorrer.
Art. 16. Para a promoção por merecimento é requisito necessário a aprovação em curso da Academia Nacional de Polícia correspondente à classe imediatamente superior àquela a que pertence o funcionário.
Art. 17. O órgão competente organizará para cada vaga a ser provida por merecimento uma lista não excedente de três candidatos.
Art. 18. O funcionário policial, ocupante de cargo de classe singular ou final de série de classes, poderá ter acesso à classe inicial de séries afins, de nível mais elevado, de atribuições correlatas porém mais complexas.
§ 1º A nomeação por acesso, além das exigências legais e das qualificações em cada caso, obedecerá a provas práticas que compreendam tarefas típicas relativas ao exercício do nôvo cargo e, quando couber, à ordem de classificação em concurso de títulos que aprecie a experiência profissional, ou em curso específico de formação profissional, ambos realizados pela Academia Nacional de Polícia.
§ 2º As linhas de acesso estão previstas nos Anexos IV dos Quadros de Pessoal do Departamento Federal de Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal, aprovados pela Lei nº 4.483, de 16 de novembro de 1964.
Art. 19. As
nomeações por acesso abrangerão metade das vagas existentes na respectiva classe,
ficando a outra metade reservada aos provimentos na forma prevista no artigo 6º desta
Lei.
Art. 19. As nomeações por acesso abrangerão metade das vagas existentes na respectiva classe, ficando a outra metade reservada aos provimentos na forma prevista no artigo 6º desta lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.088, de 1970)
Parágrafo único. Não havendo funcionários
que satisfaçam as condições para nomeação por acesso, poderão, no interêsse da
Administração e a critério da Direção-Geral do Departamento de Polícia Federal, ser
preenchidas tôdas as vagas destinadas ao acesso, da classe inicial da carreira de
Inspetor de Polícia Federal, observado o disposto nos itens I e § 1º, do art. 6º desta
Lei. (Incluído pelo
Decreto-Lei nº 1.088, de 1970)
(Revogado pela Lei nº 5.800, de 1972)
Art. 20. O funcionário policial que, comprovadamente, se revelar inapto para o exercício da função policial, sem causa que justifique a sua demissão ou aposentadoria, será readaptado em outro cargo mais compatível com a sua capacidade, sem decesso nem aumento de vencimento.
Parágrafo único. A readaptação far-se-á mediante a transformação do cargo exercido em outro mais compatível com a capacidade física ou intelectual e vocação.
Art. 21. O funcionário policial não poderá ser obrigado a interromper as suas férias, a não ser em virtude de emergente necessidade da segurança nacional ou manutenção da ordem, mediante convocação da autoridade competente.
§ 1º Na hipótese prevista neste artigo, in fine, o funcionário terá direito a gozar o período restante das férias em época oportuna.
§ 2º Ao entrar em férias, o funcionário comunicará ao chefe imediato o seu provável enderêço, dando-lhe ciência, durante o período, de suas eventuais mudanças.
CAPÍTULO III
Das Vantagens Específicas
Art. 22. O funcionário policial fará jus ainda às seguintes vantagens:
I - Gratificação de função policial;
Il - Auxílio para moradia.
Art. 23. A
gratificação de função policial é devida ao policial pelo regime de dedicação
integral que o incompatibiliza com o exercício de qualquer outra atividade pública ou
privada, bem como pelos riscos dela decorrentes.
§ 1º Pelo
efetivo exercício da função policial, o funcionário fará jus a uma gratificação
percentual calculada sôbre o vencimento de seu cargo efetivo, a ser fixada pelo
Presidente da República.
§ 2º
Ressalvado o magistério na Academia Nacional de Polícia, o exercício da profissão de
Jornalista, para os ocupantes de cargos das séries de classes de Censor e Censor Federal,
e a prática profissional em estabelecimento hospitalar, para os ocupantes de cargos da
série de classes de Médico Legista, ao funcionário policial é vedado exercer outra
atividade, qualquer que seja a forma de admissão, remunerada ou não, em entidade
pública ou emprêsa privada.
§ 2º - Quando se tratar de ocupante de
cargo ou função de direção, chefia ou assessoramento com atribuições e
responsabilidades de natureza policial, a gratificação será calculada sôbre o valor do
símbolo do cargo em comissão ou da função gratificada.
(Incluído dada pelo
Decreto-Lei nº 247, de 1967)
§ 3º
Ressalvado o magistério na Academia Nacional de Polícia, o exercício da profissão de
Jornalista, para os ocupantes de cargos das séries de classes de Censor e Censor Federal,
e a prática profissional em estabelecimento hospitalar, para os ocupantes de cargos da
série de classes de Médico Legista, ao funcionário policial é vedado exercer outra
atividade, qualquer que seja a forma de admissão, remunerada ou não, em entidade
pública ou emprêsa privada
(Renumerado
do § 2º pelo
Decreto-Lei nº 247, de 1967)
Art. 24. O regime de dedicação integral obriga o funcionário policial à prestação, no mínimo, de 200 (duzentas) horas mensais de trabalho.
Art. 25. A gratificação de função policial não será paga enquanto o funcionário policial deixar de perceber o vencimento do cargo em virtude de licença ou outro afastamento, salvo quando investido em cargo em comissão ou função gratificada com atribuições e responsabilidades de natureza policial, hipótese em que continuará a perceber a gratificação na base do vencimento do cargo efetivo.
Art. 26. A gratificação de função policial incorporar-se-á aos proventos da aposentadoria à razão de 1/30 (um trinta avos) do seu valor por ano de efetivo exercício de atividade estritamente policial.
Parágrafo único. Para os efeitos da incorporação de que trata este artigo, levar-se-á em conta também o tempo de efetivo exercício em atividade estritamente policial, anterior à data da concessão ao funcionário da vantagem prevista no artigo 23. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 475, de 1969)
Art. 27. O funcionário policial casado, quando lotado em Delegacia Regional, terá direito a auxílio para moradia correspondente a 10% (dez por cento) do seu vencimento mensal.
Parágrafo único. O auxílio previsto neste artigo será pago ao funcionário policial até completar 5 (cinco) anos na localidade em que, por necessidade de serviço, nela deva residir, e desde que não disponha de moradia própria.
Art. 28. Quando o funcionário policial, de que trata o artigo anterior, ocupar imóvel sob a responsabilidade do órgão em que servir, 20% (vinte por cento) do valor do auxílio previsto no artigo anterior serão recolhidos como receita da União e o restante, empregado conforme fôr estabelecido pelo referido órgão de acôrdo com as suas peculiaridades.
Art. 29. Quando o funcionário policial ocupar imóvel de outra entidade, a importância referida no artigo 28 terá o seguinte destino:
a) a importância correspondente ao aluguel, recolhida ao órgão responsável pelo imóvel;
b) o restante, empregado na forma estabelecida no artigo anterior, in fine.
Art. 30. Esgotado o prazo previsto no parágrafo único do artigo 27, o funcionário que continuar ocupando imóvel de responsabilidade da repartição em que servir indenizá-la-á da importância correspondente ao auxílio para moradia.
Parágrafo único. Se a ocupação fôr de imóvel pertencente a outro órgão o funcionário indeniza-la-á pelo aluguel correspondente.
CAPÍTULO IV
Da Assistência Médico-Hospitalar
Art. 31. A assistência médico-hospitalar compreenderá:
a) assistência médica contínua, dia e noite, ao policial enfermo, acidentado ou ferido, que se encontre hospitalizado;
b) assistência médica ao policial ou sua família, através de laboratórios, policlínicas, gabinetes odontológicos, pronto-socorro e outros serviços assistenciais.
Art. 32. A assistência médico-hospitalar será prestada pelos serviços médicos dos órgãos a que pertença ou tenha pertencido o policial, dentro dos recursos próprios colocados à disposição dêles.
Art. 33. O funcionário policial terá hospitalização e tratamento por conta do Estado quando acidentado em serviço ou acometido de doença profissional.
Art. 34. O funcionário policial em atividade, excetuado o disposto no artigo anterior, o aposentado e, bem assim, as pessoas de sua família, indenizarão, no todo ou em parte, a assistência médico-hospitalar que lhes fôr prestada, de acôrdo com as normas e tabelas que forem aprovadas.
Parágrafo único. As indenizações por trabalhos de prótese dentária, ortodontia, obturações, bem como pelo fornecimento de aparelhos ortopédicos, óculos e artigos correlatos, não se beneficiarão de reduções, devendo ser feitas pelo justo valor do material aplicado ou da peça fornecida.
Art. 35. Para os efeitos da prestação de assistência médico-hospitalar, consideram-se pessoas da família do funcionário policial, desde que vivam às suas expensas e em sua companhia:
a) o cônjuge;
b) os filhos solteiros, menores de dezoito anos ou inválidos e, bem assim, as filhas ou enteadas, solteiras, viúvas ou desquitadas;
c) os descendentes órfãos, menores ou inválidos;
d) os ascendentes sem economia própria;
e) os menores que, em virtude de decisão judicial, forem entregues à sua guarda;
f) os irmãos menores e órfãos, sem arrimo.
Parágrafo único. Continuarão compreendidos nas disposições dêste capítulo a viúva do policial, enquanto perdurar a viuvez, e os demais dependentes mencionados nas letras "b" a "f", desde que vivam sob a responsabilidade legal da viúva.
Art. 36. Os recursos para a assistência de que trata êste capítulo provirão das dotações consignadas no Orçamento Geral da União e do pagamento das indenizações referidas no artigo 34.
CAPÍTULO V
Das Disposições Especiais sôbre Aposentadoria
Art. 37. O funcionário policial será aposentado compulsòriamente aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, qualquer que seja a natureza dos serviços prestados.
Art. 38. O provento do policial inativo será revisto sempre que ocorrer:
a) modificação geral dos vencimentos dos funcionários policiais civis em atividade; ou
b) reclassificação do cargo que o funcionário policial inativo ocupava ao aposentar-se.
Art. 39. O funcionário policial, quando aposentado em virtude de acidente em serviço ou doença profissional, ou quando acometido das doenças especificadas no artigo 178, item III, da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, incorporará aos proventos de inatividade a gratificação de função policial no valor que percebia ao aposentar-se.
CAPÍTULO VI
Da Prisão Especial
Art. 40. Prêso preventivamente, em flagrante ou em virtude de pronúncia, o funcionário policial, enquanto não perder a condição de funcionário, permanecerá em prisão especial, durante o curso da ação penal e até que a sentença transite em julgado. (Vide Lei nº 5.350, de 1967)
§ 1º O funcionário policial nas condições dêste artigo ficará recolhido a sala especial da repartição em que sirva, sob a responsabilidade do seu dirigente, sendo-lhe defeso exercer qualquer atividade funcional, ou sair da repartição sem expressa autorização do Juízo a cuja disposição se encontre.
§ 2º Publicado no Diário Oficial o decreto de demissão, será o ex-funcionário encaminhado, desde logo, a estabelecimento penal, onde permanecerá em sala especial, sem qualquer contato com os demais presos não sujeitos ao mesmo regime, e, uma vez condenado, cumprirá a pena que lhe tenha sido imposta, nas condições previstas no parágrafo seguinte.
§ 3º Transitada em julgado a sentença condenatória, será o funcionário encaminhado a estabelecimento penal, onde cumprirá a pena em dependência isolada dos demais presos não abrangidos por êsse regime, mas sujeito, como êles, ao mesmo sistema disciplinar e penitenciário.
§ 4º Ainda que o funcionário seja condenado às penas acessórias dos itens I e II do Artigo 68 do Código Penal, cumprirá a pena em dependência isolada dos demais presos, na forma do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 6.364, de 1976)
CAPÍTULO VII
Dos Deveres e das Transgressões
Art. 41. Além
do enumerado no artigo 194 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, é dever do
funcionário policial freqüentar com assiduidade, para fins de aperfeiçoamento e
atualização de conhecimentos profissionais, curso instituído periòdicamente pela
Academia Nacional de Polícia, em que seja compulsòriamente matriculado.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Art. 42. Por
desobediência ou falta de cumprimento dos deveres o funcionário policial será punido
com a pena de repreensão, agravada em caso de reincidência.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Art. 43. São
transgressões disciplinares:
(Vide ADPF 353)
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
I - referir-se
de modo depreciativo às autoridades e atos da administração pública, qualquer que seja
o meio empregado para êsse fim;
(Vide ADPF 353)
II - divulgar,
através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição,
propiciar-lhes a divulgação, bem como referir-se desrespeitosa e depreciativamente às
autoridades e atos da administração;
(Vide ADPF 353)
III - promover
manifestação contra atos da administração ou movimentos de aprêço ou desaprêço a
quaisquer autoridades;
(Vide ADPF 353)
IV - indispor
funcionários contra os seus superiores hierárquicos ou provocar, velada ou
ostensivamente, animosidade entre os funcionários;
(Vide ADPF 353)
V - deixar de
pagar, com regularidade, as pensões a que esteja obrigado em virtude de decisão
judicial;
(Vide ADPF 353)
VI - deixar,
habitualmente, de saldar dívidas legítimas;
(Vide ADPF 353)
VII - manter
relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas de notórios e desabonadores
antecedentes criminais, sem razão de serviço;
(Vide ADPF 353)
VIII - praticar
ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial;
(Vide ADPF 353)
IX - receber
propinas, comissões, presentes ou auferir vantagens e proveitos pessoais de qualquer
espécie e, sob qualquer pretexto, em razão das atribuições que exerce;
(Vide ADPF 353)
X - retirar, sem
prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da
repartição;
(Vide ADPF 353)
XI - cometer a
pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargo
que lhe competir ou aos seus subordinados;
(Vide ADPF 353)
XII - valer-se
do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de obter proveito de natureza
político-partidária, para si ou terceiros;
(Vide ADPF 353)
XIII -
participar da gerência ou administração de emprêsa, qualquer que seja a sua natureza;
(Vide ADPF 353)
XIV - exercer o
comércio ou participar de sociedade comercial, salvo como acionista, cotista ou
comanditário;
(Vide ADPF 353)
XV - praticar a
usura em qualquer de suas formas;
(Vide ADPF 353)
XVI - pleitear,
como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar
de percepção de vencimentos, vantagens e proventos de parentes até segundo grau civil;
(Vide ADPF 353)
XVII - faltar à
verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má-fé;
(Vide ADPF 353)
XVIII -
utilizar-se do anonimato para qualquer fim;
(Vide ADPF 353)
XIX - deixar de
comunicar, imediatamente, à autoridade competente faltas ou irregularidades que haja
presenciado ou de que haja tido ciência;
(Vide ADPF 353)
XX - deixar de
cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as leis e os regulanentos;
(Vide ADPF 353)
XXI - deixar de
comunicar à autoridade competente, ou a quem a esteja substituindo, informação que
tiver sôbre iminente perturbação da ordem pública, ou da boa marcha de serviço, tão
logo disso tenha conhecimento;
(Vide ADPF 353)
XXII - deixar de
informar com presteza os processos que lhe forem encaminhados;
(Vide ADPF 353)
XXIII -
dificultar ou deixar de levar ao conhecimento de autoridade competente, por via
hierárquica e em 24 (vinte e quatro) horas, parte, queixa, representação, petição,
recurso ou documento que houver recebido, se não estiver na sua alçada resolvê-lo;
(Vide ADPF 353)
XXIV -
negligenciar ou descumprir a execução de qualquer ordem legítima;
(Vide ADPF 353)
XXV - apresentar
maliciosamente, parte, queixa ou representação;
(Vide ADPF 353)
XXVI -
aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade competente, ou
para que seja retardada a sua execução;
(Vide ADPF 353)
XXVII - simular
doença para esquivar-se ao cumprimento de obrigação;
(Vide ADPF 353)
XXVIII -
provocar a paralisação, total ou parcial, do serviço policial, ou dela participar;
(Vide ADPF 353)
XXIX - trabalhar
mal, intencionaImente ou por negligência;
(Vide ADPF 353)
XXX - faltar ou
chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar, com antecedência, à autoridade a
que estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer à repartição, salvo motivo
justo;
(Vide ADPF 353)
XXXI - permutar
o serviço sem expressa permissão da autoridade competente;
(Vide ADPF 353)
XXXII -
abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;
(Vide ADPF 353)
XXXIII - não se
apresentar, sem motivo justo, ao fim de licença, para o trato de interêsses
particulares, férias ou dispensa de serviço, ou, ainda, depois de saber que qualquer
delas foi interrompida por ordem superior;
(Vide ADPF 353)
XXXIV -
atribuir-se a qualidade de representante de qualquer repartição do Departamento Federal
de Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal, ou de seus dirigentes, sem estar
expressamente autorizado;
(Vide ADPF 353)
XXXV - contrair
dívida ou assumir compromisso superior às suas possibilidades financeiras, comprometendo
o bom nome da repartição;
(Vide ADPF 353)
XXXVI -
freqüentar, sem razão de serviço, lugares incompatíveis com o decôro da função
policial;
(Vide ADPF 353)
XXXVII - fazer
uso indevido da arma que lhe haja sido confiada para o serviço;
(Vide ADPF 353)
XXXVIII -
maltratar prêso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária no exercício da
função policial;
(Vide ADPF 353)
XXXIX - permitir
que presos conservem em seu poder instrumentos com que possam causar danos nas
dependências a que estejam recolhidos, ou produzir lesões em terceiros;
(Vide ADPF 353)
XL - omitir-se
no zêlo da integridade física ou moral dos presos sob sua guarda;
(Vide ADPF 353)
XLI -
desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão ou ordem judicial, bem como
criticá-las;
(Vide ADPF 353)
XLII -
dirigir-se ou referir-se a superior hierárquico de modo desrespeitoso;
(Vide ADPF 353)
XLIII -
publicar, sem ordem expressa da autoridade competente, documentos oficiais, embora não
reservados, ou ensejar a divulgação do seu conteúdo, no todo ou em parte;
(Vide ADPF 353)
XLIV - dar-se ao
vício da embriaguez;
(Vide ADPF 353)
XLV - acumular
cargos públicos, ressalvadas as exceções previstas na Constituição;
(Vide ADPF 353)
XLVI - deixar,
sem justa causa, de submeter-se a inspeção médica determinada por lei ou pela
autoridade competente;
(Vide ADPF 353)
XLVII - deixar
de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo, inquéritos policiais ou disciplinares,
ou, quanto a êstes últimos, como membro da respectiva comissão, negligenciar no
cumprimento das obrigações que lhe são inerentes;
(Vide ADPF 353)
XLVIII -
prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial;
(Vide ADPF 353)
XLIX -
negligenciar a guarda de objetos pertencentes à repartição e que, em decorrência da
função ou para o seu exercício, lhe tenham sido confiados, possibilitando que se
danifiquem ou extraviem;
(Vide ADPF 353)
L - dar causa,
intencionalmente, ao extravio ou danificação de objetos pertencentes à repartição e
que, para os fins mencionados no item anterior, estejam confiados à sua guarda;
(Vide ADPF 353)
LI - entregar-se
à prática de vícios ou atos atentatórios aos bons costumes;
(Vide ADPF 353)
LII - indicar ou
insinuar nome de advogado para assistir pessoa que se encontre respondendo a processo ou
inquérito policial;
(Vide ADPF 353)
LIII - exercer,
a qualquer título, atividade pública ou privada, profissional ou liberal, estranha à de
seu cargo;
(Vide ADPF 353)
LIV - lançar em
livros oficiais de registro anotações, queixas, reivindicações ou quaisquer outras
matérias estranhas à finalidade dêles;
(Vide ADPF 353)
LV - adquirir,
para revenda, de associações de classe ou entidades beneficentes em geral, gêneros ou
quaisquer mercadorias;
(Vide ADPF 353)
LVI - impedir ou
tornar impraticável, por qualquer meio, na fase do inquérito policial e durante o
interrogatório do indiciado, mesmo ocorrendo incomunicabilidade, a presença de seu
advogado;
(Vide ADPF 353)
LVII - ordenar
ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais, ou com
abuso de poder;
(Vide ADPF 353)
LVIII - submeter
pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento não autorizado em lei;
(Vide ADPF 353)
LIX - deixar de
comunicar imediatamente ao Juiz competente a prisão em flagrante de qualquer pessoa;
(Vide ADPF 353)
LX - levar à
prisão e nela conservar quem quer que se proponha a prestar fiança permitida em lei;
(Vide ADPF 353)
LXI - cobrar
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa que não tenha apoio em lei;
(Vide ADPF 353)
LXII - praticar
ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio
de poder, ou sem competência legal;
(Vide ADPF 353)
LXIII - atentar,
com abuso de autoridade ou prevalecendo-se dela, contra a inviolabilidade de domicílio.
(Vide ADPF 353)
CAPÍTULO VIII
Das Penas Disciplinares
Art. 44. São
penas disciplinares:
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
I - repreensão;
II - suspensão;
III - multa;
IV - detenção
disciplinar;
V -
destituição de função;
VI - demissão;
VII - cassação
de aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 45. Na
aplicação das penas disciplinares serão considerados:
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
I - a natureza
da transgressão, sua gravidade e as circunstâncias em que foi praticada;
Il - os danos
dela decorrentes para o serviço público;
Ill - a
repercussão do fato;
IV - os
antecedentes do funcionário;
V - a
reincidência.
Parágrafo
único. É causa agravante da falta disciplinar o haver sido praticada em concurso com
dois ou mais funcionários.
Art. 46. A pena
de repreensão será sempre aplicada por escrito nos casos em que, a critério da
Administração, a transgressão seja considerada de natureza leve, e deverá constar do
assentamento individual do funcionário.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Parágrafo
único. Serão punidas com a pena de repreensão as transgressões disciplinares previstas
nos itens V, XVII, XIX, XXll, XXIII, XXIV, XXV, XLIX e LIV do artigo 43 desta Lei.
Art. 47. A pena
de suspensão, que não excederá de noventa dias, será aplicada em caso de falta grave
ou reincidência.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Parágrafo
único. Para os efeitos dêste artigo, são de natureza grave as transgressões
disciplinares previstas nos itens I, II, III, VI, VII, Vlll, X, XVIII, XX, XXI, XXVI,
XXVII, XXIX, XXX, XXXI XXXII, XXXIII, XXXIV, XXXV, XXXVII, XXXIX, XLI, XLII, XLVI, XLVIl,
LVI, LVII, LIX, LX e LXIII do art. 43 desta Lei.
Art. 48. A pena
de demissão, além dos casos previstos na Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, será
também aplicada quando se caracterizar:
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
I - crimes
contra os costumes e contra o patrimônio, que, por sua natureza e configuração, sejam
considerados como infamantes, de modo a incompatibilizar o servidor para o exercício da
função policial.
Il -
transgressão dos itens IV, IX, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XXVIII, XXXVI, XXXVIII, XL,
XLIII, XLIV, XLV, XLVIII, L, LI, LII, LIII, LV, LVIII, LXI e LXII do art. 43 desta Lei.
§ 1º Poderá
ser, ainda, aplicada a pena de demissão, ocorrendo contumácia na prática de
transgressões disciplinares.
§ 2º A
aplicação de penalidades pelas transgressões disciplinares constantes desta Lei não
exime o funcionário da obrigação de indenizar a União pelos prejuízos causados.
Art. 49. Tendo
em vista a natureza da transgressão e o interrêsse do Serviço Púbico, a pena e
suspensão até 30 (trinta) dias poderá ser convertida em detenção disciplinar até 20
(vinte) dias, mediante ordem por escrito do Diretor-Geral do Departamento Federal de
Segurança Pública ou dos Delegados Regionais, nas respectivas jurisdições, ou do
Secretário de Segurança Pública, na Polícia do Distrito Federal.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Parágrafo
único. A detenção disciplinar, que não acarreta a perda dos vencimentos, será
cumprida:
I - na
residência do funcionário, quando não exceder de 48 (quarenta e oito) horas;
II - em sala
especial, na sede do Departamento Federal de Segurança Pública ou na Polícia do
Distrito Federal, quando se tratar de ocupante de cargo em comissão ou função
gratificada ou funcionário ocupante de cargo para cujo ingresso ou desempenho seja
exigido diploma de nível universitário;
III - em sala
especial na Delegacia Regional, quando se tratar de funcionário nela lotado;
IV - em sala
especial da repartição, nos demais casos.
CAPÍTULO IX
Da Competência Para Imposição de Penalidades
Art. 50. Para
imposição de pena disciplinar são competentes:
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
I - o Presidente
da República, nos casos de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de
funcionário policial do Departamento Federal de Segurança Pública;
II - o Prefeito
do Distrito Federal, nos casos previstos no item anterior quando se tratar de funcionário
policial da Polícia do Distrito Federal;
III - o Ministro
da Justiça e Negócios Interiores ou o Secretário de Segurança Pública do Distrito
Federal, respectivamente, nos casos de suspensão até noventa dias;
IV - o
Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública, no caso de suspensão até
sessenta dias;
V - os diretores
dos órgãos centrais do Departamento Federal de Segurança Pública e da Polícia do
Distrito Federal, os Delegados Regionais e os titulares das Zonas Policiais, no caso de
suspensão até trinta dias;
VI - os
diretores de Divisões e Serviços do Departamento Federal de Segurança Pública e da
Polícia do Distrito Federal, no caso de suspensão até dez dias;
VII - a
autoridade competente para a designação, no caso de destituição de função;
VIII - as
autoridades referidas nos itens III a VII, no caso de repreensão.
CAPÍTULO X
Da Suspensão Preventiva
Art. 51. A
suspensão preventiva, que não excederá de noventa dias, será ordenada pelo
Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública ou pelo Secretário de
Segurança Pública do Distrito Federal, conforme o caso, desde que o afastamento do
funcionário policial seja necessário, para que êste não venha a influir na apuração
da transgressão disciplinar.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Parágrafo
único. Nas faltas em que a pena aplicável seja a de demissão, o funcionário poderá
ser afastado do exercício de seu cargo, em qualquer fase do processo disciplinar, até
decisão final.
CAPÍTULO XI
Do Processo Disciplinar
Art. 52. A
autoridade que tiver ciência de qualquer irregularidade ou transgressão a preceitos
disciplinares é obrigada a providenciar a imediata apuração em processo disciplinar, no
qual será assegurada ampla defesa.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Art. 53. Ressalvada a iniciativa das autoridades que
lhe são hieràrquicamente superiores, compete ao Diretor-Geral do Departamento
Federal de Segurança Pública, ao Secretário de Segurança Pública do Distrito
Federal e aos Delegados Regionais nos Estados, a instauração do processo
disciplinar.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
§ 1º
Promoverá o processo disciplinar uma Comissão Permanente de Disciplina, composta de
três membros de preferência bacharéis em Direito, designada pelo Diretor-Geral do
Departamento Federal de Segurança Pública ou pelo Secretário de Segurança Pública do
Distrito Federal, conforme o caso.
§ 2º Haverá
até três Comissões Permanentes de Disciplina na sede do Departamento Federal de
Segurança Pública e na da Polícia do Distrito Federal e uma em cada Delegacia Regional.
§ 3º Caberá
ao Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública a designação dos membros
das Comissões Permanentes de Disciplina na sede da repartição e nas Delegacias
Regionais mediante indicação dos respectivos Delegados Regionais.
§ 4º Ao
Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal compete designar as Comissões
Permanentes de Disciplina da Polícia do Distrito Federal.
Art. 54. A
autoridade competente para determinar a instauração de processo disciplinar:
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
I - remeterá,
em três vias, com o respectivo ato, à Comissão Permanente de Disciplina de que trata o
§ 1º do artigo anterior, os elementos que fundamentaram a decisão;
II -
providenciará a instauração do inquérito policial quando o fato possa ser configurado
como ilícito penal.
Art. 55.
Enquanto integrarem as Comissões Permanentes de Disciplina, seus membros ficarão à
disposição do respectivo Conselho de Polícia e dispensados do exercício das
atribuições e responsabilidades de seus cargos.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
§ 1º Os
membros das Comissões Permanentes de Disciplina terão o mandato de seis meses,
prorrogável pelo tempo necessário à ultimação dos processos disciplinares que se
encontrem em fase de indiciação, cabendo o estudo dos demais aos novos membros que foram
designados.
§ 2º O
disposto no parágrafo anterior não constitui impedimento para a recondução de membro
de Comissão Permanente de Disciplina.
Art. 56. A
publicação da portaria de instauração do processo disciplinar em Boletim de Serviço,
quando indicar o funcionário que praticou a transgressão sujeita a apuração,
importará na sua notificação para acompanhar o processo em todos os seus trâmites, por
si ou por defensor constituído, se assim o entender.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Art. 57. Na
hipótese de autuação em flagrante do funcionário policial como incurso em qualquer dos
crimes referidos no artigo 48 e seu item I, a autoridade que presidir o ato encaminhará,
dentro de vinte e quatro horas, à autoridade competente para determinar a instauração
do processo disciplinar, traslado das peças comprovadoras da materialidade do fato e sua
autoria.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
§ 1o Recebidas as
peças de que trata este artigo, a autoridade procederá na forma prevista no art. 54,
item I, desta Lei.
(Renumerado pela
Medida Provisória nº 2.184-23, de 2001)
§ 2o As
sanções civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
(Incluído pela
Medida Provisória nº 2.184-23, de 2001)
§ 3o A
responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
(Incluído pela
Medida Provisória nº 2.184-23, de 2001)
§ 4o A
suspensão preventiva de que trata o parágrafo único do art. 51 é obrigatória quando
se tratar de transgressões aos incisos IX, XII, XVI, XXVIII, XXXVIII, XL, XLVIII, LI,
LVIII e LXII do art. 43, ou no caso de recebimento de denúncia pelos crimes previstos nos
arts. 312, caput,
313,
316,
317 e seu
§ 1o, e
318 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
(Incluído pela
Medida Provisória nº 2.184-23, de 2001)
CAPÍTULO XII
Dos Conselhos de Polícia
Art. 58. Os
Conselhos de Polícia, levando em conta a repercussão do fato, ou suas circunstâncias,
poderão, por convocação de seu Presidente, apreciar as transgressões disciplinares
passíveis de punição com as penas de repreensão, suspensão até trinta dias e
detenção disciplinar até vinte dias.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Parágrafo
único. No ato de convocação, o Presidente do Conselho designará um de seus membros
para relator da matéria.
Art. 59. O
funcionário policial será convocado, através do Boletim de Serviço, a
comparecer perante o Conselho para, em dia e hora prèviamente designados e após a
leitura do relatório, apresentar razões de defesa.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Art. 60. Após
ouvir as razões do funcionário, o Conselho, pela maioria ou totalidade de seus membros,
concluirá pela procedência ou não da transgressão, deliberará sôbre a penalidade a
ser aplicada e, finalmente, o Presidente proferirá a decisão final.
(Revogado pela Lei nº
15.047, de 2024)
Parágrafo
único. Votará em primeiro lugar o relator do processo e por último o Presidente do
órgão, assegurado a êste o direito de veto às deliberações do Conselho.
CAPÍTULO XIII
Das Disposições Gerais
Art. 61. O dia 21 de abril será consagrado ao Funcionário Policial Civil.
Art. 62. Aos funcionários do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial Metropolitano aplicam-se as disposições da legislação relativa ao funcionalismo civil da União no que não colidirem com as desta Lei.
Parágrafo único. Os funcionários dos quadros de pessoal do Departamento Federal de Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal ocupantes de cargos não integrantes do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial Metropolitano, continuarão subordinados integralmente ao regime jurídico instituído pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952.
Art. 63. O disposto nesta Lei aplica-se aos funcionários que, enquadrados no Serviço Policial de que trata a Lei nº 3.780, de 10 de julho de 1960 e transferidos para a Administração do Estado da Guanabara, retornaram ao Serviço Público Federal.
Art. 64. Os funcionários do Quadro de Pessoal do Departamento Federal de Segurança Pública ocupantes de cargos não incluídos no Serviço de Polícia Federal, quando removidos ex officio, farão jus ao auxílio previsto no art. 22, item II, nas mesmas bases e condições fixadas para o funcionário policial civil.
Art. 65. O disposto no Capítulo IV desta Lei é extensivo a todos os funcionários do Quadro de Pessoal do Departamento Federal de Segurança Pública e respectivas famílias.
Art. 66. É vedada a remoção ex officio do funcionário policial que esteja cursando a Academia Nacional de Polícia, desde que a sua movimentação impossibilite a freqüência no curso em que esteja matriculado.
Art. 67. O funcionário policial poderá ser removido:
I - Ex officio;
II - A pedido;
III - Por conveniência da disciplina.
§ 1º Nas hipóteses previstas nos itens II e III dêste artigo, o funcionário não fará jus a ajuda de custo.
§ 2º A remoção ex officio do funcionário policial, salvo imperiosa necessidade do serviço devidamente justificada, só poderá efetivar-se após dois anos, no mínimo, de exercício em cada localidade.
Art. 68. Não são considerados herança os vencimentos e vantagens devidos ao funcionário falecido, os quais serão pagos, independentemente de ordem judicial, à viúva ou, na sua falta, aos legítimos herdeiros daquele.
Art. 69. Será concedido transporte à família do funcionário policial falecido no desempenho de serviço fora da sede de sua repartição.
Parágrafo único. A família do funcionário falecido em serviço na sede de sua repartição terá direito, dentro de seis meses após o óbito, a transporte para a localidade do território nacional em que fixar residência.
CAPÍTULO XIV
Das Disposições Transitórias
Art. 70. A competência atribuída por esta Lei ao Prefeito do Distrito Federal e ao Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal será exercida, em relação à Polícia do Distrito Federal, respectivamente, pelo Presidente da República e pelo Chefe de Polícia do Distrito Federal, até 31 de janeiro de 1966.
Art. 71. Ressalvado o disposto no art. 11 desta Lei, os funcionários do Departamento Federal de Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal, que se encontrem à disposição de outros órgãos, deverão retornar ao exercício de seus cargos no prazo máximo de trinta dias, contados da publicação desta Lei.
Art. 72. O Poder Executivo, no prazo de noventa dias, contados da publicação desta Lei, baixará por decreto o Regulamento-Geral do Pessoal do Departamento Federal de Segurança Pública, consolidando as disposições desta Lei com as da Lei número 1.711, de 28 de outubro de 1952, e legislação posterior relativa a pessoal.
Art. 73. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 74. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 3 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELLO BRANCO
Juracy Magalhães
Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.12.1965
*