Presidência
da República |
LEI Nº 6.815, DE 19 DE AGOSTO DE 1980.
|
ESTA LEI FOI REPUBLICADA PELA DETERMINAÇÃO DO ARTIGO 11, DA LEI Nº 6.964, DE
09.12.1981.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° Em tempo de paz, qualquer estrangeiro poderá, satisfeitas as condições desta
Lei, entrar e permanecer no Brasil e dele sair, resguardados os interesses nacionais.
Art. 2º Na aplicação desta Lei atender-se-á precipuamente à
segurança nacional, à organização institucional, aos interesses políticos,
sócio-econômicos e culturais do Brasil, bem assim à defesa do trabalhador nacional.
Art. 3º A concessão do visto, a sua prorrogação ou transformação ficarão sempre
condicionadas aos interesses nacionais.
TÍTULO II
Da Admissão, Entrada e Impedimento
Art.
4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá ser concedido
visto:
Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender-se a
dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º.
Art. 6º A posse ou a propriedade de bens no Brasil não confere ao
estrangeiro o direito de obter visto de qualquer natureza, ou autorização de
permanência no território nacional.
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro:
I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua
autorização expressa;
II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais;
III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada;
IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição
segundo a lei brasileira; ou
V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da
Saúde.
Art. 8º O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que,
para atingir o país de destino, tenha de entrar em território nacional.
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias
improrrogáveis e uma só entrada.
§ 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro em viagem contínua, que só se
interrompa para as escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado.
Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro que venha ao Brasil em
caráter recreativo ou de visita, assim considerado aquele que não tenha finalidade
imigratória, nem intuito de exercício de atividade remunerada.
§ 1o O visto de turista poderá, alternativamente, ser solicitado e emitido por meio eletrônico, conforme regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.968, de 2014)
§ 2o As solicitações do visto de que
trata o § 1o serão processadas pelo Sistema Consular Integrado
do Ministério das Relações Exteriores, na forma disciplinada pelo Poder
Executivo.
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
§ 3o Para a obtenção de visto por
meio eletrônico, o estrangeiro deverá:
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
I – preencher e enviar formulário eletrônico
disponível no Portal Consular do Ministério das Relações Exteriores;
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
II – apresentar por meio eletrônico os documentos
solicitados para comprovar o que tiver sido declarado no requerimento;
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
III – pagar os emolumentos e taxas cobrados para
processamento do pedido de visto;
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
IV – seguir o rito procedimental previsto nas normas
do Manual do Serviço Consular e Jurídico do Ministério das Relações Exteriores.
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
§ 4o A autoridade consular
brasileira poderá solicitar a apresentação dos originais dos documentos para
dirimir dúvidas, bem como solicitar documentos adicionais para a instrução do
pedido.
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
§ 5o O Ministério das Relações
Exteriores poderá editar normas visando a:
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
I – simplificação de procedimentos, por reciprocidade
ou por outros motivos que julgar pertinentes;
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
II – sem prejuízo da segurança do sistema e de outras
cominações legais cabíveis, inclusão de regras para a obtenção de vistos
fisicamente separados da caderneta de passaporte do requerente.
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
§ 6o O estrangeiro que fornecer
informações falsas ou descumprir as regras previstas nos §§ 3o
e 4o e nas normas legais pertinentes estará sujeito às
penalidades previstas nos incisos I, III, IV, XIII, XV e XVI do art. 125 e no
art. 126 desta Lei.
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de visto, prevista no artigo anterior, ao
turista nacional de país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento.
Art. 10
Poderá ser estabelecida a dispensa recíproca do visto de turista e dos vistos
temporários a que se referem os incisos II e III do
caput
do art. 13, observados prazos de estada definidos nesta Lei.
(Redação dada pela Lei nº
12.968, de 2014)
Parágrafo único. A reciprocidade prevista neste artigo será, em todos os casos,
estabelecida mediante acordo internacional, que observará o prazo de estada do turista
fixado nesta Lei.
Parágrafo único. A dispensa de vistos a que se refere
o caput deste artigo será concedida mediante acordo internacional, salvo,
a juízo do Ministério das Relações Exteriores, aos nacionais de país que
assegure a reciprocidade de tratamento aos nacionais brasileiros, situação em
que a dispensa poderá ser concedida, enquanto durar essa reciprocidade, mediante
comunicação diplomática, sem a necessidade de acordo internacional.
(Redação dada pela Lei nº
12.968, de 2014)
Art. 11. A empresa transportadora deverá verificar, por ocasião do embarque, no
exterior, a documentação exigida, sendo responsável, no caso de irregularidade apurada
no momento da entrada, pela saída do estrangeiro, sem prejuízo do disposto no artigo
125, item VI.
Art 12. O prazo de estada do turista será
de até noventa dias.
Parágrafo único. O prazo poderá ser
reduzido, em cada caso, a critério do Ministério da Justiça.
Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco
anos, fixado pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de
reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes
a noventa dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de cento e oitenta
dias por ano. (Redação dada pela Lei nº 9.076, de 10/07/95)
Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que
pretenda vir ao Brasil:
I - em viagem cultural ou em missão de estudos;
III - na condição de artista ou desportista;
IV - na condição de estudante;
V - na condição de cientista, professor, técnico ou profissional
de outra categoria, sob regime de contrato ou a serviço do Governo brasileiro;
V - na
condição de cientista, pesquisador, professor, técnico ou profissional de outra
categoria, sob regime de contrato ou a serviço do governo brasileiro;
(Redação dada pela Lei nº
13.243, de 2016)
VI - na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência
noticiosa estrangeira.
VII - na condição de ministro de confissão religiosa ou membro
de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa.
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
VIII - na condição de beneficiário de bolsa vinculada a projeto de pesquisa,
desenvolvimento e inovação concedida por órgão ou agência de fomento.
(Incluído pela Lei nº
13.243, de 2016)
Art 14. O prazo de estada no
Brasil, nos casos dos itens II e III do artigo 13, será de até noventa dias, e, nos
demais, salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o correspondente à duração
da missão, do contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a autoridade
consular, observado o disposto na legislação trabalhista.
Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e III
do art. 13, será de até noventa dias; no caso do inciso VII, de até um ano; e nos
demais, salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o correspondente à duração
da missão, do contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a autoridade
consular, observado o disposto na legislação trabalhista.
(Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13 o prazo será de até 1 (um) ano,
prorrogável, quando for o caso, mediante prova do aproveitamento escolar e da matrícula.
Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V do artigo 13 só se concederá o visto
se satisfizer às exigências especiais estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Imigração e for parte em contrato de trabalho, visado pelo Ministério do Trabalho,
salvo no caso de comprovada prestação de serviço ao Governo brasileiro.
Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se fixar
definitivamente no Brasil.
Parágrafo único. A imigração
objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra especializada aos vários setores da
economia nacional, visando ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e
à captação de recursos para setores específicos.
Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente,
propiciar mão-de-obra especializada aos vários setores da economia nacional, visando à
Política Nacional de Desenvolvimento em todos os aspectos e, em especial, ao aumento da
produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para setores
específicos.
(Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 17. Para obter visto permanente o estrangeiro deverá satisfazer, além dos
requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de caráter especial previstas nas
normas de seleção de imigrantes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração.
Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada,
por prazo não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de atividade certa e à fixação
em região determinada do território nacional.
Art. 18-A. Conceder-se-á residência permanente às
vítimas de tráfico de pessoas no território nacional, independentemente de sua
situação migratória e de colaboração em procedimento administrativo, policial ou
judicial.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 1o O visto ou a residência
permanentes poderão ser concedidos, a título de reunião familiar:
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
I - a cônjuges, companheiros, ascendentes e
descendentes; e
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
II - a outros membros do grupo familiar que comprovem
dependência econômica ou convivência habitual com a vítima.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 2o Os beneficiários do visto ou
da residência permanentes são isentos do pagamento da multa prevista no inciso
II do art. 125.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 3o Os beneficiários do visto ou
da residência permanentes de que trata este artigo são isentos do pagamento das
taxas e emolumentos previstos nos arts. 20, 33 e 131.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
Art. 18-B. Ato do
Ministro de Estado da Justiça e Cidadania estabelecerá os procedimentos
para concessão da residência permanente de que trata o art. 18-A.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores definirá os casos de concessão,
prorrogação ou dispensa dos vistos diplomáticos, oficial e de cortesia.
Art. 20. Pela concessão de visto cobrar-se-ão emolumentos consulares, ressalvados:
I - os regulados por acordos que concedam gratuidade;
II - os vistos de cortesia, oficial ou diplomático;
III - os vistos de trânsito, temporário ou de turista, se concedidos a titulares de
passaporte diplomático ou de serviço.
Parágrafo único. A validade para a utilização de qualquer dos vistos é de 90
(noventa) dias, contados da data de sua concessão, podendo ser prorrogada pela autoridade
consular uma só vez, por igual prazo, cobrando-se os emolumentos devidos.
Parágrafo único. A validade para a utilização de qualquer dos vistos é de
90 (noventa) dias, contados da data de sua concessão, podendo ser prorrogada
pela autoridade consular uma só vez, por igual prazo, cobrando-se os emolumentos
devidos, aplicando-se esta exigência somente a cidadãos de países onde seja
verificada a limitação recíproca.
(Redação dada pela Lei nº
12.134, de 2009).
Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade
contígua ao território nacional, respeitados os interesses da segurança nacional,
poder-se-á permitir a entrada nos municípios fronteiriços a seu respectivo país, desde
que apresente prova de identidade.
§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exercer atividade remunerada ou
freqüentar estabelecimento de ensino naqueles municípios, será fornecido documento
especial que o identifique e caracterize a sua condição, e, ainda, Carteira de Trabalho
e Previdência Social, quando for o caso.
§ 2º Os documentos referidos no parágrafo anterior não conferem o direito de
residência no Brasil, nem autorizam o afastamento dos limites territoriais daqueles
municípios.
Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á somente pelos
locais onde houver fiscalização dos órgãos competentes dos Ministérios da Saúde, da
Justiça e da Fazenda.
Art. 23. O transportador ou seu agente responderá, a qualquer tempo,
pela manutenção e demais despesas do passageiro em viagem contínua ou do tripulante que
não estiver presente por ocasião da saída do meio de transporte, bem como pela retirada
dos mesmos do território nacional.
Art 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se do local de
entrada e inspeção sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e saída
hajam sido visados.
Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá
afastar-se do local de entrada e inspeção, sem que o seu documento de viagem e o
cartão de entrada e saída hajam sido visados pelo órgão competente do Ministério
da Justiça.
(Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia
autorização do Ministério da Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro que tenha
entrado no território nacional na condição de turista ou em trânsito.
Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera
expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser
obstado ocorrendo qualquer dos casos do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença
no território nacional, a critério do Ministério da Justiça.
§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa devida em virtude
desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar o seu pagamento, acrescido de correção
monetária.
§ 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá estender-se a todo o
grupo familiar.
Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo, pela saída do clandestino e
do impedido.
Parágrafo único. Na impossibilidade da saída imediata do impedido ou do clandestino, o
Ministério da Justiça poderá permitir a sua entrada condicional, mediante termo de
responsabilidade firmado pelo representante da empresa transportadora, que lhe assegure a
manutenção, fixados o prazo de estada e o local em que deva permanecer o impedido,
ficando o clandestino custodiado pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável por
igual período.
TÍTULO III
Da Condição de Asilado
Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na condição
de asilado político ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem impostos pelo
Direito Internacional, a cumprir as disposições da legislação vigente e as que o
Governo brasileiro lhe fixar.
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autorização do Governo
brasileiro.
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo importará na renúncia ao
asilo e impedirá o reingresso nessa condição.
TÍTULO IV
Do Registro e suas Alterações
Art 30. O estrangeiro admitido na
condição de permanente, de temporário (art. 13, itens l, e de IV a VI), ou de asilado,
é obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à
entrada ou à concessão do asilo e a identificar-se pelo sistema datiloscópico,
observadas as disposições regulamentares.
Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de
temporário (incisos I e de IV a VI do art. 13) ou de asilado é obrigado a registrar-se
no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à entrada ou à concessão
do asilo, e a identificar-se pelo sistema datiloscópico, observadas as disposições
regulamentares.
(Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 31. O nome e a nacionalidade do estrangeiro, para o efeito de registro, serão os
constantes do documento de viagem.
Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia, acreditado junto ao
Governo brasileiro ou cujo prazo previsto de estada no País seja superior a 90 (noventa)
dias, deverá providenciar seu registro no Ministério das Relações Exteriores.
Parágrafo único. O estrangeiro titular de passaporte de serviço, oficial ou
diplomático, que haja entrado no Brasil ao amparo de acordo de dispensa de visto,
deverá, igualmente, proceder ao registro mencionado neste artigo sempre que sua estada no
Brasil deva ser superior a 90 (noventa) dias.
Art. 33. Ao estrangeiro registrado será fornecido documento de identidade.
Parágrafo único. A emissão de documento de identidade, salvo nos casos de asilado ou de
titular de visto de cortesia, oficial ou diplomático, está sujeita ao pagamento da taxa
prevista na Tabela de que trata o artigo 130.
CAPÍTULO II
Da Prorrogação do Prazo de Estada
Art. 34. Ao estrangeiro que tenha entrado na condição de turista, temporário ou asilado
e aos titulares de visto de cortesia, oficial ou diplomático, poderá ser concedida a
prorrogação do prazo de estada no Brasil.
Art. 35. A prorrogação do prazo de estada do turista não excederá a 90 (noventa) dias,
podendo ser cancelada a critério do Ministério da Justiça.
Art. 36. A prorrogação do prazo de estada do titular do visto
temporário, de que trata o item VII, do artigo 13, não excederá a um ano.
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
CAPÍTULO III
Da Transformação dos Vistos
Art 37. O titular do visto de que trata o
artigo 13, item V, poderá obter transformação do mesmo para permanente (art. 16),
satisfeitas as condições previstas nesta Lei e no seu Regulamento.
Parágrafo único. Na transformação do visto
poderá aplicar-se o disposto no artigo 18.
Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo 13, incisos V e VII,
poderá obter transformação do mesmo para permanente (art. 16), satisfeitas às
condições previstas nesta Lei e no seu Regulamento.
(Renumerado
e alterado pela Lei nº 6.964, de 1981)
§ 1º. Ao titular do visto temporário previsto no inciso VII do art. 13 só
poderá ser concedida a transformação após o prazo de dois anos de residência no
País.
(Incluído
pela Lei nº 6.964, de 1981)
§ 2º. Na transformação do visto poder-se-á aplicar o disposto no artigo 18 desta Lei.
(Incluído
pela Lei nº 6.964, de 1981)
Art. 38. É vedada a legalização da estada de clandestino e de irregular, e a
transformação em permanente, dos vistos de trânsito, de turista, temporário (artigo
13, itens I a IV e VI) e de cortesia.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 39. O titular de visto diplomático ou oficial poderá obter
transformação desses vistos para temporário (artigo 13, itens I a VI) ou para
permanente (artigo 16), ouvido o Ministério das Relações Exteriores, e satisfeitas as
exigências previstas nesta Lei e no seu Regulamento.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
1981)
Parágrafo único. A transformação do visto oficial ou diplomático em temporário ou
permanente importará na cessação de todas as prerrogativas, privilégios e imunidades
decorrentes daqueles vistos.
Art. 40. A solicitação da
transformação de visto não impede a aplicação do disposto no artigo 57, se o
estrangeiro ultrapassar o prazo legal de estada no território nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 1981)
Parágrafo único. Do despacho que denegar a transformação do visto, caberá pedido de
reconsideração na forma definida em Regulamento.
Art. 41. A transformação de vistos de que tratam os artigos 37 e 39 ficará sem efeito,
se não for efetuado o registro no prazo de noventa dias, contados da publicação, no
Diário Oficial, do deferimento do pedido. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 1981)
Art. 42. O titular de quaisquer dos vistos definidos nos artigos 8°, 9°, 10, 13 e 16,
poderá ter os mesmos transformados para oficial ou diplomático.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
1981)
Art. 42-A. O
estrangeiro estará em situação regular no País enquanto tramitar pedido
de regularização migratória.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
CAPÍTULO IV
Da Alteração de Assentamentos
Art. 43. O nome do estrangeiro, constante do registro (art. 30), poderá ser alterado:
I - se estiver comprovadamente errado;
II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular ao ridículo; ou
III - se for
de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser traduzido ou adaptado à
prosódia da língua portuguesa.
§ 1° O pedido de alteração de nome deverá ser instruído com a documentação
prevista em Regulamento e será sempre objeto de investigação sobre o comportamento do
requerente.
§ 2° Os erros materiais no registro serão corrigidos de ofício.
§ 3° A alteração decorrente de desquite ou divórcio obtido em país estrangeiro
dependerá de homologação, no Brasil, da sentença respectiva.
§ 4° Poderá ser averbado no registro o nome abreviado usado pelo estrangeiro como firma
comercial registrada ou em qualquer atividade profissional.
Art. 44. Compete ao Ministro da Justiça autorizar a alteração de assentamentos
constantes do registro de estrangeiro.
CAPÍTULO V
Da Atualização do Registro
Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma de que participe estrangeiro, remeterá ao
Ministério da Justiça os dados de identificação do estrangeiro e os do seu documento
de identidade emitido no Brasil.
Parágrafo único. Tratando-se de sociedade anônima, a providência
é obrigatória em relação ao estrangeiro que figure na condição de administrador,
gerente, diretor ou acionista controlador.
Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil remeterão, mensalmente, ao Ministério da
Justiça cópia dos registros de casamento e de óbito de estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art 46. O estabelecimento hoteleiro, a empresa
imobiliária, o proprietário, locador, sublocador ou locatário de imóvel e o síndico
de edifício remeterão ao Ministério da Justiça os dados de identificação do
estrangeiro admitido na condição de hóspede, locatário, sublocatário ou morador
Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a empresa imobiliária, o
proprietário, locador, sublocador ou locatário de imóvel e o síndico de edifício
remeterão ao Ministério da Justiça, quando requisitados, os dados de identificação do
estrangeiro admitido na condição de hóspede, locatário, sublocatário ou morador. (Renumerado e alterado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a admissão
de estrangeiro a serviço de entidade pública ou privada, ou a matrícula em
estabelecimento de ensino de qualquer grau, só se efetivará se o mesmo estiver
devidamente registrado (art. 30).
Parágrafo único. As entidades, a que se refere este artigo remeterão ao Ministério da
Justiça, que dará conhecimento ao Ministério do Trabalho, quando for o caso, os dados
de identificação do estrangeiro admitido ou matriculado e comunicarão, à medida que
ocorrer, o término do contrato de trabalho, sua rescisão ou prorrogação, bem como a
suspensão ou cancelamento da matrícula e a conclusão do curso.
CAPÍTULO VI
Do Cancelamento e do Restabelecimento do Registro
Art. 49. O estrangeiro terá o registro cancelado:
I - se obtiver naturalização brasileira;
II - se tiver decretada sua expulsão;
III - se requerer a saída do território nacional em caráter definitivo, renunciando,
expressamente, ao direito de retorno previsto no artigo 51;
IV - se permanecer ausente do Brasil por prazo superior ao previsto no artigo 51;
V - se ocorrer a transformação de visto de que trata o artigo 42;
VI - se houver transgressão do artigo 18, artigo 37, § 2º, ou 99 a 101; e
VII - se temporário ou asilado, no término do prazo de sua estada no
território nacional.
§ 1° O registro poderá ser restabelecido, nos casos do item I ou
II, se cessada a causa do cancelamento, e, nos demais casos, se o estrangeiro retornar ao
território nacional com visto de que trata o artigo 13 ou 16, ou obtiver a
transformação prevista no artigo 39.
§ 3° Se da solicitação de que trata o item III deste artigo resultar isenção de
ônus fiscal ou financeiro, o restabelecimento do registro dependerá, sempre, da
satisfação prévia dos referidos encargos.
TÍTULO V
Da Saída e do Retorno
Art. 50. Não se exigirá visto de saída do estrangeiro que pretender
sair do território nacional.
§ 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer tempo, estabelecer
a exigência de visto de saída, quando razões de segurança interna aconselharem a
medida.
§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato que estabelecer a exigência disporá
sobre o prazo de validade do visto e as condições para a sua concessão.
§ 3º O asilado deverá observar o disposto no artigo 29.
Art. 51. O estrangeiro registrado como permanente, que se ausentar do Brasil, poderá
regressar independentemente de visto se o fizer dentro de dois anos.
Parágrafo único. A prova da data da saída, para os fins deste
artigo, far-se-á pela anotação aposta, pelo órgão competente do Ministério da
Justiça, no documento de viagem do estrangeiro, no momento em que o mesmo deixar o
território nacional.
Art. 52. O estrangeiro registrado como temporário, que se ausentar do
Brasil, poderá regressar independentemente de novo visto, se o fizer dentro do prazo de
validade de sua estada no território nacional.
TÍTULO VI
Do Documento de Viagem para Estrangeiro
Art. 54. São documentos de viagem o passaporte para estrangeiro e o laissez-passer.
Parágrafo único. Os documentos de que trata este artigo são de propriedade da União,
cabendo a seus titulares a posse direta e o uso regular.
Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para estrangeiro:
a) ao apátrida e ao de nacionalidade indefinida;
b) a nacional de país que não tenha representação diplomática ou consular no Brasil,
nem representante de outro país encarregado de protegê-lo;
c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido no Brasil.
II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à viúva de brasileiro que haja perdido a
nacionalidade originária em virtude do casamento.
Parágrafo único. A concessão de passaporte, no caso da letra b, do item I, deste
artigo, dependerá de prévia consulta ao Ministério das Relações Exteriores.
Art. 56. O laissez-passer poderá ser concedido, no Brasil ou no exterior, ao estrangeiro
portador de documento de viagem emitido por governo não reconhecido pelo Governo
brasileiro, ou não válido para o Brasil.
§ 1º A concessão, no exterior, de laissez-passer a estrangeiro registrado
no Brasil como permanente, temporário ou asilado, dependerá de audiência prévia do
Ministério da Justiça.
(Renumerado do Parágrafo
único pela Lei nº 12.968, de 2014)
§ 2o O visto concedido pela autoridade consular poderá ser
aposto a qualquer documento de viagem emitido nos padrões estabelecidos pela
Organização da Aviação Civil Internacional - OACI, não implicando a aposição do
visto o reconhecimento de Estado ou Governo pelo Governo brasileiro.
(Incluído pela Lei nº
12.968, de 2014)
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se
este não se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado em
Regulamento, será promovida sua deportação.
§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o
disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104
ou artigo 105.
§ 2º Desde
que conveniente aos interesses nacionais, a deportação far-se-á
independentemente da fixação do prazo de que trata o caput deste artigo.
Art. 58. A deportação consistirá na saída compulsória do estrangeiro.
Parágrafo único. A deportação far-se-á para o país da nacionalidade ou de
procedência do estrangeiro, ou para outro que consinta em recebê-lo.
Art. 59. Não sendo apurada a responsabilidade do transportador pelas despesas com a
retirada do estrangeiro, nem podendo este ou terceiro por ela responder, serão as mesmas
custeadas pelo Tesouro Nacional.
Art. 60. O estrangeiro poderá ser dispensado de quaisquer penalidades relativas à
entrada ou estada irregular no Brasil ou formalidade cujo cumprimento possa dificultar a
deportação.
Art. 61. O estrangeiro, enquanto não se efetivar a deportação, poderá ser recolhido à
prisão por ordem do Ministro da Justiça, pelo prazo de sessenta dias.
Parágrafo único. Sempre que não for possível, dentro do prazo
previsto neste artigo, determinar-se a identidade do deportando ou obter-se documento de
viagem para promover a sua retirada, a prisão poderá ser prorrogada por igual período,
findo o qual será ele posto em liberdade, aplicando-se o disposto no artigo 73.
Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou quando existirem indícios sérios de
periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á à sua expulsão.
Art. 63. Não se procederá à deportação se implicar em extradição inadmitida pela
lei brasileira.
Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional se
ressarcir o Tesouro Nacional, com correção monetária, das despesas com a sua
deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento da multa devida à época, também
corrigida.
Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a
segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública
e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos
interesses nacionais.
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;
b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele
não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a
deportação;
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência
e a oportunidade da expulsão ou de sua revogação.
Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto.
Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá
efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.
Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministério da Justiça, de
ofício, até trinta dias após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória
de estrangeiro autor de crime doloso ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a
ordem política ou social, a economia popular, a moralidade ou a saúde pública, assim
como da folha de antecedentes penais constantes dos autos.
Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados neste
artigo, determinará a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
Art. 69. O Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão, por 90
(noventa) dias, do estrangeiro submetido a processo de expulsão e, para concluir o
inquérito ou assegurar a execução da medida, prorrogá-la por igual prazo.
Parágrafo único. Em caso de medida interposta junto ao Poder Judiciário que suspenda,
provisoriamente, a efetivação do ato expulsório, o prazo de prisão de que trata a
parte final do caput deste artigo ficará interrompido, até a decisão definitiva do
Tribunal a que estiver submetido o feito.
Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício ou acolhendo solicitação
fundamentada, determinar a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social
e a economia popular, assim como nos casos de comércio, posse ou facilitação de uso
indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica,
ou de desrespeito à proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro, o
inquérito será sumário e não excederá o prazo de quinze dias, dentro do qual fica
assegurado ao expulsando o direito de defesa.
Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo anterior, caberá pedido de
reconsideração no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação do decreto de
expulsão, no Diário Oficial da União.
Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se torne necessária, ou que tenha o prazo desta
vencido, permanecerá em liberdade vigiada, em lugar designado pelo Ministério da
Justiça, e guardará as normas de comportamento que lhe forem estabelecidas.
Parágrafo único. Descumprida qualquer das normas fixadas de conformidade com o disposto
neste artigo ou no seguinte, o Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar
a prisão administrativa do estrangeiro, cujo prazo não excederá a 90 (noventa) dias.
Art. 74. O Ministro da Justiça poderá modificar, de ofício ou a pedido, as normas de
conduta impostas ao estrangeiro e designar outro lugar para a sua residência.
Art 74. Não se procederá
à expulsão se implicar em extradição inadmitida pela lei brasileira.
Art. 75. Não se procederá à expulsão: (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou (Incluído incisos, alíneas e §§ pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
II - quando o estrangeiro tiver:
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito,
e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa
economicamente.
§ 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho
brasileiro supervenientes ao fato que o motivar.
§ 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de
direito, a expulsão poderá efetivar-se a qualquer tempo.
Art 75. A extradição poderá ser
concedida quando o governo requerente se fundamentar em convenção, tratado ou quando
prometer ao Brasil a reciprocidade.
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo
requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. (Renumerado e alterado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
Art. 77. Não se concederá a extradição quando:
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após
o fato que motivar o pedido;
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado
requerente;
III - o
Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao
extraditando;
IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou
absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do
Estado requerente;
VII - o fato constituir crime político; e
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou
Juízo de exceção.
§ 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir,
principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito
político, constituir o fato principal.
§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da
infração.
§ 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os
atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de
anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de
guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social.
Art. 78. São condições para concessão da extradição: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao
extraditando as leis penais desse Estado; e
II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a
prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado
requerente, salvo o disposto no artigo 82.
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo
fato, terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, sucessivamente:
I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime mais grave, segundo
a lei brasileira;
II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos
crimes for idêntica; e
III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando, se os pedidos
forem simultâneos.
§ 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o
Governo brasileiro.
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum
dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito à
preferência de que trata este artigo.
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados
requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito à preferência de que
trata este artigo.
(Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 80. A
extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente diplomático
do Estado que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o pedido ser
instruído com a cópia autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da de
pronúncia ou da que decretar a prisão preventiva, proferida por Juiz ou autoridade
competente. Esse documento ou qualquer outro que se juntar ao pedido conterá indicações
precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato criminoso, identidade do
extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua prescrição.
(Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 80. A
extradição será requerida por via diplomática ou, quando previsto em tratado,
diretamente ao Ministério da Justiça, devendo o pedido ser instruído com a cópia
autêntica ou a certidão da sentença condenatória ou decisão penal proferida por
juiz ou autoridade competente. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
§ 1º O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos
documentos.
§ 1o O pedido
deverá ser instruído com indicações precisas sobre o local, a data, a natureza e
as circunstâncias do fato criminoso, a identidade do extraditando e, ainda,
cópia dos textos legais sobre o crime, a competência, a pena e sua prescrição.
(Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
§ 2º Não havendo tratado ou
convenção que disponha em contrário, os documentos indicados neste artigo serão
acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no Estado requerente.
§ 2º Não havendo tratado que disponha em contrário, os
documentos indicados neste artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita para o
idioma português no Estado requerente. (Redação dada
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 2o O
encaminhamento do pedido pelo Ministério da Justiça ou por via diplomática
confere autenticidade aos documentos. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
§ 3o Os
documentos indicados neste artigo serão acompanhados de versão feita
oficialmente para o idioma português. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da
Justiça, que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo
Tribunal Federal.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 81. O pedido, após exame
da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em
tratado, será encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal
Federal. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
Parágrafo único. Não
preenchidos os pressupostos de que trata o
caput, o pedido será
arquivado mediante decisão fundamentada do Ministro de Estado da Justiça, sem
prejuízo de renovação do pedido, devidamente instruído, uma vez superado o óbice
apontado. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do extraditando
desde que pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de comunicação, por
autoridade competente, agente diplomático ou consular do Estado requerente.
Art. 82. O Estado interessado
na extradição poderá, em caso de urgência e antes da formalização do pedido de
extradição, ou conjuntamente com este, requerer a prisão cautelar do
extraditando por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Ministério
da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos formais de
admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará ao Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
§ 1º O pedido, que noticiará o crime
cometido, deverá fundamentar-se em sentença condenatória, auto de prisão em
flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do indiciado.
§ 1o O pedido
de prisão cautelar noticiará o crime cometido e deverá ser fundamentado, podendo
ser apresentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que
assegure a comunicação por escrito. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
§ 2º Efetivada a prisão, o Estado requerente deverá formalizar o
pedido em noventa dias, na conformidade do artigo 80.
§ 2o O pedido
de prisão cautelar poderá ser apresentado ao Ministério da Justiça por meio da
Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), devidamente instruído
com a documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por
Estado estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
§ 3º A prisão com base neste artigo não será mantida além do prazo referido no
parágrafo anterior, nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato sem que a extradição
haja sido formalmente requerida.
§ 3o O Estado
estrangeiro deverá, no prazo de 90 (noventa) dias contado da data em que tiver
sido cientificado da prisão do extraditando, formalizar o pedido de
extradição. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
§ 4o Caso o
pedido não seja formalizado no prazo previsto no § 3o, o
extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de
prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a extradição haja sido devidamente
requerida. (Redação dada pela Lei nº
12.878, de 2013)
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do
Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da
decisão.
(Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido será
encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal
Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão
albergue.
Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora para o interrogatório do
extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, correndo
do interrogatório o prazo de dez dias para a defesa.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
§ 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma dos
documentos apresentados ou ilegalidade da extradição.
§ 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tribunal, a requerimento do
Procurador-Geral da República, poderá converter o julgamento em diligência para suprir
a falta no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido será
julgado independentemente da diligência.
§ 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da notificação que o
Ministério das Relações Exteriores fizer à Missão Diplomática do Estado requerente.
Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado através do
Ministério das Relações Exteriores à Missão Diplomática do Estado requerente que, no
prazo de sessenta dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do território
nacional.
(Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o
extraditando do território nacional no prazo do artigo anterior, será ele posto em
liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o motivo da extradição
o recomendar. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no
Brasil, por crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada
somente depois da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado,
entretanto, o disposto no artigo 67.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente adiada se a efetivação
da medida puser em risco a sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por laudo
médico oficial.
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que responda a processo ou esteja
condenado por contravenção.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso:
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido;
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da
extradição;
III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte, ressalvados,
quanto à última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação;
IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que
o reclame; e
V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.
Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis brasileiras e respeitado o
direito de terceiro, será feita com os objetos e instrumentos do crime encontrados em seu
poder. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste artigo poderão ser entregues
independentemente da entrega do extraditando.
Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado requerente, escapar à ação da
Justiça e homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedido feito
diretamente por via diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública,
poderá ser permitido, pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território nacional, de
pessoas extraditadas por Estados estrangeiros, bem assim o da respectiva guarda, mediante
apresentação de documentos comprobatórios de concessão da medida. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
TÍTULO X
Dos Direitos e Deveres do Estrangeiro
Art. 95. O estrangeiro residente no Brasil goza de todos os direitos reconhecidos aos
brasileiros, nos termos da Constituição e das leis.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 96. Sempre que lhe for exigido por
qualquer autoridade ou seu agente, o estrangeiro deverá exibir documento comprobatório
de sua estada legal no território nacional. (Renumerado pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. Para os fins deste artigo e dos artigos 43, 45, 47 e
48, o documento deverá ser apresentado no original.
Art. 97. O exercício de atividade remunerada e a matrícula em estabelecimento de ensino
são permitidos ao estrangeiro com as restrições estabelecidas nesta Lei e no seu
Regulamento.
(Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo de visto de turista, de
trânsito ou temporário de que trata o artigo 13, item IV, bem como aos dependentes de
titulares de quaisquer vistos temporários é vedado o exercício de atividade remunerada.
Ao titular de visto temporário de que trata o artigo 13, item VI, é vedado o exercício
de atividade remunerada por fonte brasileira.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se
encontre no Brasil na condição do artigo 21, § 1°, é vedado estabelecer-se com firma
individual, ou exercer cargo ou função de administrador, gerente ou diretor de sociedade
comercial ou civil, bem como inscrever-se em entidade fiscalizadora do exercício de
profissão regulamentada.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
(Vide Medida Provisória
nº 621, de 2013)
Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores do visto de que
trata o inciso V do art. 13 é permitida a inscrição temporária em entidade
fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada.
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob regime de contrato, só
poderá exercer atividade junto à entidade pela qual foi contratado, na oportunidade da
concessão do visto, salvo autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido o
Ministério do Trabalho. ((Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do artigo 18, ou do artigo
37, § 2º, para o desempenho de atividade profissional certa, e a fixação em região
determinada, não poderá, dentro do prazo que lhe for fixado na oportunidade da
concessão ou da transformação do visto, mudar de domicílio nem de atividade
profissional, ou exercê-la fora daquela região, salvo em caso excepcional, mediante
autorização prévia do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho, quando
necessário.
(Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao Ministério da Justiça a
mudança do seu domicílio ou residência, devendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias
imediatamente seguintes à sua efetivação.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 103. O estrangeiro que adquirir nacionalidade diversa da constante do registro (art.
30), deverá, nos noventa dias seguintes, requerer a averbação da nova nacionalidade em
seus assentamentos.
(Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomático
só poderá exercer atividade remunerada em favor do Estado estrangeiro, organização ou
agência internacional de caráter intergovernamental a cujo serviço se encontre no
País, ou do Governo ou de entidade brasileiros, mediante instrumento internacional
firmado com outro Governo que encerre cláusula específica sobre o assunto. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º O serviçal com visto de cortesia só poderá exercer atividade remunerada a
serviço particular de titular de visto de cortesia, oficial ou diplomático.
§ 2º A missão,
organização ou pessoa, a cujo serviço se encontra o serviçal, fica responsável pela
sua saída do território nacional, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data em que
cessar o vínculo empregatício, sob pena de deportação do mesmo.
§ 3º Ao titular de quaisquer dos vistos referidos neste artigo não se aplica o disposto
na legislação trabalhista brasileira.
Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na condição de turista ou em
trânsito é proibido o engajamento como tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de
bandeira de seu país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador ou do seu
agente, mediante autorização do Ministério da Justiça. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 106. É vedado ao estrangeiro:
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive nos serviços de
navegação fluvial e lacustre;
II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e de empresas de
televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade proprietária dessas
empresas;
III - ser
responsável, orientador intelectual ou administrativo das empresas mencionadas
no item anterior;
IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção, exploração e
aproveitamento das jazidas, minas e demais recursos minerais e dos potenciais de energia
hidráulica;
V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, ressalvado o disposto na
legislação específica;
VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e despachante aduaneiro;
VII - participar da administração ou representação de sindicato ou associação
profissional, bem como de entidade fiscalizadora do exercício de profissão
regulamentada;
VIII - ser
prático de barras, portos, rios, lagos e canais;
IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de radiodifusão, de
radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de tratamento; e
X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e também aos
estabelecimentos de internação coletiva.
§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios nacionais de pesca.
§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da
Igualdade, apenas lhe é defeso:
a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das empresas
mencionadas no item II deste artigo;
b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive de navegação
fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no parágrafo anterior; e
c) prestar
assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.
Art. 107. O estrangeiro
admitido no território nacional não pode exercer atividade de natureza política, nem se
imiscuir, direta ou indiretamente, nos negócios públicos do Brasil, sendo-lhe
especialmente vedado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de caráter
político, ainda que tenham por fim apenas a propaganda ou a difusão, exclusivamente
entre compatriotas, de idéias, programas ou normas de ação de partidos políticos do
país de origem;
II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no sentido de obter,
mediante coação ou constrangimento de qualquer natureza, adesão a idéias, programas ou
normas de ação de partidos ou facções políticas de qualquer país;
III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza, ou deles
participar, com os fins a que se referem os itens I e II deste artigo.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica ao português
beneficiário do Estatuto da Igualdade ao qual tiver sido reconhecido o gozo de direitos
políticos.
Art. 108. É lícito aos estrangeiros associarem-se para fins culturais, religiosos,
recreativos, beneficentes ou de assistência, filiarem-se a clubes sociais e desportivos,
e a quaisquer outras entidades com iguais fins, bem como participarem de reunião
comemorativa de datas nacionais ou acontecimentos de significação patriótica.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Parágrafo único. As entidades mencionadas neste artigo, se constituídas de mais da
metade de associados estrangeiros, somente poderão funcionar mediante autorização do
Ministro da Justiça.
Art 108. A entidade que houver obtido registro mediante falsa declaração de seus
fins, ou que passar, depois de registrada, a exercer atividades proibidas, terá
sumariamente cancelado o seu registro pelo Ministro da Justiça, e seu funcionamento será
suspenso até que seja judicialmente dissolvida.
Art. 109. A entidade que houver obtido registro mediante falsa
declaração de seus fins ou que, depois de registrada, passar a exercer atividades
proibidas ilícitas, terá sumariamente cassada a autorização a que se refere o
parágrafo único do artigo anterior e o seu funcionamento será suspenso por ato do
Ministro da Justiça, até final julgamento do processo de dissolução, a ser instaurado
imediatamente. (Renumerado
e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 110. O Ministro da Justiça poderá, sempre que considerar conveniente aos interesses
nacionais, impedir a realização, por estrangeiros, de conferências, congressos e
exibições artísticas ou folclóricas.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 111. A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 145, item II,
alínea b, da Constituição, é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á
mediante portaria do Ministro da Justiça.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no
território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao
pedido de naturalização;
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da
família;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por
crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada,
superior a 1 (um) ano; e
§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum
estrangeiro que residir no País há mais de dois anos.
(Incluído pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)
§
1º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de quaisquer dos
requisitos exigidos neste artigo ou nos artigos 112 e 113 desta Lei, será declarado nulo
o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida.
§ 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou
material de qualquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta
Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível
pela infração cometida.
(Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á
administrativamente, no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação
fundamentada, concedido ao naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias, contados da
notificação.
(Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III,
poderá ser reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:
(Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - ter filho ou cônjuge brasileiro;
III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro
da Justiça;
IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou
V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil
vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual
valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em
sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de
atividade industrial ou agrícola.
Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a
III; de dois anos, no do item IV; e de três anos, no do item V.
Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-se apenas a estada no
Brasil por trinta dias, quando se tratar:
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em
atividade; ou
II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular do
Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos.
Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá
requerê-la ao Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso, naturalidade,
nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de nascimento, profissão,
lugares onde haja residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao requisito
a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à
língua portuguesa.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e
instruída com os documentos a serem especificados em regulamento.
(Incluído pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)
§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro,
atestado policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes,
passado pelo serviço competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de: (Incluído § e incisos pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado
definitivamente no território nacional, desde que requeira a naturalização até 2
(dois) anos após atingir a maioridade;
II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja
feito curso superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização
até 1 (um) ano depois da formatura.
§ 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, posteriormente à naturalização, só
por exceção e motivadamente será permitida, mediante autorização do Ministro da
Justiça. (Parágrafo único transformado em § 3º
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil
durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território
nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por intermédio de
seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que
valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a
maioridade. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado
provisório, até dois anos após atingir a maioridade, confirmar expressamente a
intenção de continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao Ministro da Justiça.
Art. 117. O requerimento de que trata o artigo 115, dirigido ao
Ministro da Justiça, será apresentado, no Distrito Federal, Estados e Territórios, ao
órgão competente do Ministério da Justiça, que procederá à sindicância sobre a vida
pregressa do naturalizando e opinará quanto à conveniência da naturalização.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 118. Recebido o processo pelo dirigente do órgão competente do Ministério da
Justiça, poderá ele determinar, se necessário, outras diligências. Em qualquer
hipótese, o processo deverá ser submetido, com parecer, ao Ministro da Justiça.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Parágrafo único. O dirigente do órgão competente do
Ministério da Justiça determinará o arquivamento do pedido, se o naturalizando não
satisfizer, conforme o caso, a qualquer das condições previstas no artigo 112 ou 116,
cabendo reconsideração desse despacho; se o arquivamento for mantido, poderá o
naturalizando recorrer ao Ministro da Justiça; em ambos os casos, o prazo é de trinta
dias contados da publicação do ato.
Art 118. Publicada no Diário Oficial a
Portaria de naturalização, será ela arquivada no órgão competente do Ministério da
Justiça, o qual emitirá certificado relativo a cada naturalizando, que será entregue na
forma fixada em Regulamento.
Parágrafo único. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não
for solicitado pelo naturalizando, no prazo de doze meses, contados da data da
publicação do ato, salvo motivo de força maior devidamente comprovado.
Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria de naturalização,
será ela arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça, que emitirá
certificado relativo a cada naturalizando, o qual será solenemente entregue, na forma
fixada em Regulamento, pelo juiz federal da cidade onde tenha domicílio o interessado.
(Renumerado o art. 118 para art. 119
e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a entrega será feita pelo da Primeira Vara.
(Incluído alterado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
§ 2º. Quando não houver juiz federal na cidade em que tiverem
domicílio os interessados, a entrega será feita através do juiz ordinário da comarca
e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima.
(Incluído alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 3º. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo
naturalizando no prazo de doze meses contados da data de publicação do ato, salvo motivo
de força maior, devidamente comprovado.
(Parágrafo único transformado em em § 3º
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 120. No curso do processo de naturalização, poderá qualquer do povo impugná-la,
desde que o faça fundamentadamente. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 121. A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estrangeiro
direito à naturalização.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
CAPÍTULO II
Dos Efeitos da Naturalização
Art. 122. A naturalização, salvo a hipótese do artigo 116, só
produzirá efeitos após a entrega do certificado e confere ao naturalizado o gozo de
todos os direitos civis e políticos, excetuados os que a Constituição Federal atribui
exclusivamente ao brasileiro nato.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 123. A naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo
cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou se radiquem no Brasil
sem que satisfaçam às exigências desta Lei.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 124. A naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o
naturalizando estava anteriormente sujeito em qualquer outro país.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
TÍTULO XII
Das Infrações, Penalidades e seu Procedimento
CAPÍTULO I
Das Infrações e Penalidades
Art. 125. Constitui infração, sujeitando o infrator às penas aqui cominadas:
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
I - entrar no território nacional sem estar autorizado
(clandestino):
Pena: deportação.
II - demorar-se no território nacional após esgotado o prazo legal de estada:
Pena: multa
de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até o máximo de
10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência, e deportação, caso não saia no prazo
fixado.
III - deixar de registrar-se no órgão competente, dentro do prazo estabelecido nesta Lei
(artigo 30):
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até o
máximo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência.
IV - deixar de cumprir o disposto nos artigos 96, 102 e 103:
Pena: multa de duas a dez vezes o Maior Valor de Referência.
V - deixar a empresa transportadora
de atender à manutenção ou promover a saída do território nacional do clandestino ou
do impedido (artigo 27):
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.
VI - transportar para o Brasil estrangeiro que esteja sem a documentação em ordem:
Pena: multa de dez vezes o maior valor de referência, por
estrangeiro, e sua retirada do território brasileiro.
Pena: multa de dez vezes o Maior Valor de Referência, por
estrangeiro, além da responsabilidade pelas despesas com a retirada deste do território
nacional. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
VII - empregar ou manter a seu serviço estrangeiro em situação irregular ou impedido de
exercer atividade remunerada:
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.
VIII - infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 98, 104,
§§ 1º ou 2º e 105:
Pena: deportação.
IX - infringir o disposto no artigo 25:
Pena: multa de 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência para o resgatador e
deportação para o estrangeiro.
X - infringir o disposto nos artigos
18, 37, § 2º, ou 99 a 101:
Pena: cancelamento do registro e deportação.
XI - infringir o disposto no artigo 106 ou 107:
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão.
XII - introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino ou irregular:
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.
XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de
alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para
estrangeiro, laissez-passer, ou, quando exigido, visto de saída:
Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.
XIV - infringir o disposto nos
artigos 45 a 48:
Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência.
XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou 64:
Pena: deportação e na reincidência, expulsão.
XVI - infringir ou deixar de observar qualquer disposição desta Lei ou de seu
Regulamento para a qual não seja cominada sanção especial:
Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência.
Parágrafo único. As penalidades previstas no item XI, aplicam-se
também aos diretores das entidades referidas no item I do artigo 107.
Art. 126. As multas previstas neste Capítulo, nos casos de reincidência, poderão ter os
respectivos valores aumentados do dobro ao quíntuplo.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
CAPÍTULO II
Do Procedimento para Apuração das Infrações
Art. 127. A infração punida com multa será apurada em processo administrativo, que
terá por base o respectivo auto, conforme se dispuser em Regulamento.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 128. No caso do artigo 125, itens XI a XIII, observar-se-á o
Código de Processo
Penal e, nos casos de deportação e expulsão, o disposto nos Títulos VII e VIII desta
Lei, respectivamente.
(Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
TÍTULO XIII
Disposições Gerais e Transitórias
Art 128. Fica criado o Conselho Nacional
de Imigração, vinculado ao Ministério do Trabalho, a quem caberá, além das
atribuições constantes desta Lei, orientar, coordenar e fiscalizar as atividades de
imigração. (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
§ 1º O Conselho Nacional de Imigração será
integrado por um representante do Ministério do Trabalho, que o presidirá, um do
Ministério da Justiça, um do Ministério das Relações Exteriores, um do Ministério da
Agricultura e um do Ministério da Saúde, nomeado pelo Presidente da República, por
indicação dos respectivos Ministros de Estado. (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
§ 2º A Secretaria Geral do Conselho de
Segurança Nacional manterá um observador junto ao Conselho Nacional de
Imigração. (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
§ 3º O Poder Executivo disporá sobre a
estrutura e o funcionamento do Conselho Nacional de Imigração. (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
Art. 129. Fica criado o
Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do Trabalho, ao qual caberá,
além das demais atribuições constantes desta Lei, orientar e coordenar e fiscalizar as
atividades de imigração. (Renumerado e alterado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81) (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
§ 1º O Conselho Nacional de Imigração será integrado por um
representante do Ministério do Trabalho, que o presidirá, um do Ministério da
Justiça, um do Ministério das Relações Exteriores, um do Ministério da
Agricultura, um do Ministério da Saúde, um do Ministério da Indústria e do Comércio e
um do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, todos nomeados pelo
Presidente da República, por indicação dos respectivos Ministros de Estado. (Alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
§ 2º A Secretaria Geral do Conselho de
Segurança Nacional manterá um observador junto ao Conselho Nacional de Imigração. (Alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
§ 3º O Poder Executivo disporá sobre a
estrutura e o funcionamento do Conselho Nacional de Imigração. (Alterado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) (Revogado
pela Lei nº 8.422, de 13/05/92)
Art. 130. O Poder Executivo fica autorizado a firmar acordos internacionais pelos quais,
observado o princípio da reciprocidade de tratamento a brasileiros e respeitados a
conveniência e os interesses nacionais, estabeleçam-se as condições para a concessão,
gratuidade, isenção ou dispensa dos vistos estatuídos nesta Lei.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 130-A. Tendo em vista os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, a serem realizados na cidade do Rio de Janeiro, Rio 2016, portaria conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e do Turismo poderá dispor sobre a dispensa unilateral da exigência de visto de turismo previsto nesta Lei para os nacionais de países nela especificados, que venham a entrar em território nacional até a data de 18 de setembro de 2016, com prazo de estada de até noventa dias, improrrogáveis, a contar da data da primeira entrada em território nacional. (Incluído pela Lei nº 13.193, de 2015)
Parágrafo único. A dispensa unilateral prevista no caput não estará condicionada à comprovação de aquisição de ingressos para assistir a qualquer evento das modalidades desportivas dos Jogos Rio 2016. (Incluído pela Lei nº 13.193, de 2015)
Art. 131. Fica aprovada a Tabela de Emolumentos Consulares e Taxas
que integra esta Lei.
§ 1º Os valores das taxas incluídas na tabela terão reajustamento anual na mesma
proporção do coeficiente do valor de referências.
§ 2º O Ministro das Relações Exteriores fica autorizado a aprovar, mediante Portaria,
a revisão dos valores dos emolumentos consulares, tendo em conta a taxa de câmbio do
cruzeiro-ouro com as principais moedas de livre convertibilidade.
Art. 132. Fica o Ministro da Justiça autorizado a instituir modelo
único de Cédula de Identidade para estrangeiro, portador de visto temporário ou
permanente, a qual terá validade em todo o território nacional e substituirá as
carteiras de identidade em vigor.
Parágrafo único. Enquanto não for criada a cédula de que trata este artigo,
continuarão válidas:
I - as Carteiras de Identidade emitidas com base no
artigo 135 do Decreto n. 3.010, de 20
de agosto de 1938, bem como as certidões de que trata o
§ 2º, do artigo 149, do mesmo
Decreto; e
II - as emitidas e as que o sejam, com base no
Decreto-Lei n. 670, de 3 de julho de 1969,
e nos
artigos 57, § 1º, e
60, § 2°, do Decreto n. 66.689, de 11 de junho de 1970.
I - a regularização se ajuste às
condições enumeradas no artigo 18; e
II - os estrangeiros beneficiados:
a) hajam entrado no Brasil antes
de 31 de dezembro de 1978;
a) hajam entrado no Brasil antes de 20 de agosto de 1980;
(Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
b) satisfaçam às condições enumeradas no
artigo 7º; e
c) requeiram a regularização de sua
situação no prazo improrrogável de 90 (noventa) dias a contar da entrada em vigor do
acordo.
Parágrafo único. Nos acordos a que se refere
este artigo deverá constar necessariamente contrapartida pela qual o Estado de que sejam
nacionais os estrangeiros beneficiados se comprometa a:
I - controlar estritamente a emigração para o
Brasil;
II - arcar, em condições a serem ajustadas,
com os custos de transporte oriundos da deportação de seus nacionais;
III - prestar cooperação financeira e
técnica ao assentamento, na forma do artigo 18, dos seus nacionais que, em virtude do
acordo, tenham regularizado sua permanência no Brasil.
Art. 134. Poderá ser regularizada, provisoriamente, a situação
dos estrangeiros de que trata o artigo anterior. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
§ 1º. Para os fins deste artigo, fica instituído no Ministério da Justiça o registro
provisório de estrangeiro.
§ 2º. O registro de que trata o parágrafo anterior implicará na expedição de cédula
de identidade, que permitirá ao estrangeiro em situação ilegal o exercício de
atividade remunerada e a livre locomoção no território nacional.
§ 3º. O pedido de registro provisório deverá ser feito no prazo de 120 (cento e vinte)
dias, a contar da data de publicação desta Lei.
§ 4º. A petição, em formulário próprio, será dirigida ao órgão do Departamento de
Polícia mais próximo do domicílio do interessado e instruída com um dos seguintes
documentos:
I - cópia autêntica do passaporte ou documento equivalente;
II - certidão fornecida pela representação diplomática ou consular do país de que
seja nacional o estrangeiro, atestando a sua nacionalidade;
III - certidão do registro de nascimento ou casamento;
IV - qualquer outro documento idôneo que permita à Administração conferir os dados de
qualificação do estrangeiro.
§ 5º. O registro provisório e a cédula de identidade, de que trata este artigo, terão
prazo de validade de dois anos improrrogáveis, ressalvado o disposto no parágrafo
seguinte.
§ 6º. Firmados, antes de esgotar o prazo previsto no § 5º. os acordos bilaterais,
referidos no artigo anterior, os nacionais dos países respectivos deverão requerer a
regularização de sua situação, no prazo previsto na alínea c, do item II do art. 133.
§ 7º. O Ministro da Justiça instituirá modelo especial da cédula de identidade de que
trata este artigo.
Art. 135. O estrangeiro que
se encontre residindo no Brasil na condição prevista no
artigo 26 do Decreto-Lei n. 941,
de 13 de outubro de 1969, deverá, para continuar a residir no território
nacional, requerer permanência ao órgão competente do Ministério da Justiça
dentro do prazo de 90 (noventa) dias improrrogáveis, a contar da data da entrada
em vigor desta Lei. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. Independerá da satisfação das exigências de caráter especial
referidas no artigo 17 desta Lei a autorização a que alude este artigo.
Art. 136. Se o estrangeiro tiver ingressado no Brasil até 20 de agosto de 1938, data da
entrada em vigor do
Decreto n. 3.010, desde que tenha mantido residência contínua no
território nacional, a partir daquela data, e prove a qualificação, inclusive a
nacionalidade, poderá requerer permanência ao órgão competente do Ministério da
Justiça, observado o disposto no parágrafo único do artigo anterior.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art 135. Aplica-se o disposto nesta Lei
aos requerimentos de naturalização em curso no Ministério da Justiça.
Parágrafo único. Os certificados de
naturalização emitidos até a data da publicação desta Lei serão entregues na
forma prevista no Decreto-Lei nº
941, de 13 de outubro de 1969, e no seu Regulamento, no Decreto nº 66.689,
de 11 de julho de 1970, com as alterações introduzidas pela
Lei nº 6.282, de 18 de novembro de 1975.
Art. 137. Aos processos em curso no Ministério da Justiça, na data
de publicação desta Lei, aplicar-se-á o disposto no
Decreto-lei nº. 941, de 13 de
outubro de 1969, e no seu Regulamento,
Decreto nº 66.689, de 11 de junho de 1970. (Renumerado o art. 135 para art. 137e alterado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos
processos de naturalização, sobre os quais incidirão, desde logo, as normas desta Lei.
(Alterado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 138. Aplica-se o disposto nesta Lei às pessoas de nacionalidade
portuguesa, sob reserva de disposições especiais expressas na Constituição Federal ou
nos tratados em vigor.
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 139. Fica o Ministro da Justiça autorizado a delegar a
competência, que esta lei lhe atribui, para determinar a prisão do estrangeiro, em caso
de deportação, expulsão e extradição.
(Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Art. 140. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
(Desmembrado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
Art. 141. Revogadas as disposições em contrário, especialmente o
Decreto-Lei
nº 406, de 4 de maio de 1938; artigo 69 do
Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941; Decreto-Lei
nº 5.101, de 17 de dezembro de 1942;
Decreto-Lei
nº 7.967, de 18 de setembro de 1945; Lei
nº 5.333, de 11 de outubro de 1967;
Decreto-Lei
nº 417, de 10 de janeiro de 1969;
Decreto-Lei
nº 941, de 13 de outubro de 1969; artigo 2° da Lei nº
5.709, de 7 de outubro de 1971, e Lei
nº 6.262, de 18 de novembro de 1975. (Desmembrado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
Brasília, 19 de agosto
de 1980; 159º da Independência e 92º da República.
Este texto não substitui o publicado no
DOU de 21.8.1980,
retificado em 22.8.1980 e republicado em
22.8.1981
Tabela de Emolumentos e Taxas
(Art. 131 da Leí n ° 6.815, de 19 de agosto de 1980)
(Vide Decreto-Lei nº 2.236, de 23.01.1985)
I - Emolumentos Consulares
- Concessão de passaporte e "lassez-passer" para
estrangeiro: Cr$ 15,00 (quinze cruzeiros) ouro.
- Visto em passaporte estrangeiro:
visto de trânsito: Cr$ 5,00 (cinco cruzeiros) ouro.
visto de turista: Cr$ 5,00 (cinco cruzeiros) ouro.
visto temporário: Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) ouro.
visto permanente: Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) ouro.
II - Taxas (Vide Lei
Complementar nº 89, de 1997)
- Pedido de visto de saída: Cr$ 300,00 (trezentos cruzeiros).
- Pedido de transformação de visto: Cr$ 4.000,00 (quatro mil
cruzeiros).
- Pedido de prorrogação de prazo de estada do titular de visto de
turista ou temporário: Cr$ 2.000, 00 (dois mil cruzeiros).
Pedido de passaporte para estrangeiro ou
"lassez-passer" Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros).
- Pedido de passaporte para estrangeiro ou "Iaissez-passer"
- 1,0 (um) maior valor de referência; (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 2.236, 23.1.1985)
- Pedido de retificação de assentamentos no registro de
estrangeiro: Cr$ 600,00 (seiscentos cruzeiros).
- Pedido de registro temporário ou permanente: Cr 600,00
(seiscentos cruzeiros).
- Pedido de restabelecimento de registro temporário ou permanente:
Cr$ 1.000,00 (hum mil cruzeiros).
- Pedido de registro de sociedade: Cr$ 2.000,00 (dois mil
cruzeiros).
- Pedido de naturalização: Cr$ 1.000,00 (hum mil cruzeiros).
- Pedido de certidão: Cr$ 600,00 (seiscentos cruzeiros) por ato a
certificar.
- Pedido de visto em contrato de trabalho: Cr$ 2.000,00 (dois mil
cruzeiros).
Emissão de documento de identidade (art. 33): primeira
via Cr$ 600,00 (seiscentos cruzeiros); outras vias Cr$ 900,00 (novecentos - cruzeiros).
- Emissão de documento de identidade (artigos 33
e 132): Primeira via - 1,0 (um) maior valor de referência; (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.236, 23.1.1985)
Outras vias - 1,5 (um e meio)
maior valor de referência;
Substituição - 0,6 (seis
décimos) do maior valor de referência.
- Pedido de reconsideração de despacho e recurso: o dobro da taxa
devida no pedido inicial.
*