Presidência
da República |
DECRETO Nº 2.026, DE 10 DE OUTUBRO 1996.
Revogado pelo
Decreto nº 3.860, de 9.7.2001 Texto para impressão |
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
, no uso
da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
o disposto no art. 9º, § 2º, alínea e , da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961,
com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995,
DECRETA:
Art. 1º O processo de avaliação dos cursos e instituições de ensino superior
compreenderá os seguintes procedimentos:
I - análise dos principais indicadores
de desempenho global do sistema nacional de ensino superior, por região e unidade da
federação, segundo as áreas do conhecimento e o tipo ou a natureza das instituições
de ensino;
II - avaliação do desempenho individual das instituições de ensino superior,
compreendendo todas as modalidades de ensino, pesquisa e extensão;
III - avaliação do ensino de graduação, por curso, por meio da análise das
condições de oferta pelas diferentes instituições de ensino e pela análise dos
resultados do Exame Nacional de Cursos;
IV - avaliação dos programas de mestrado e doutorado, por área do conhecimento.
Art. 2º Os procedimentos estabelecidos no artigo anterior são complementares, porém
independentes, podendo ser conduzidos em momentos diferentes e fazendo uso de métodos e
técnicas apropriados a cada um.
Art. 3º Os indicadores de desempenho global referidos no inciso I do art. 1º serão
levantados pela Secretaria de Avaliação e Informação Educacional - SEDIAE e
compreenderão:
I - taxas de escolarização bruta e líquida;
II - taxas de disponibilidade e de utilização de vagas para ingresso;
III - taxas de evasão e de produtividade;
IV - tempo médio para conclusão dos cursos;
V - índices de qualificação do corpo docente;
VI - relação média alunos por docente;
VII - tamanho médio das turmas;
VIII - participação da despesa com ensino superior nas despesas públicas com
educação;
IX - despesas públicas por aluno no ensino superior público;
X - despesa por aluno em relação ao Produto Interno Bruto - PIB por habitante nos
sistemas público e privado;
XI - proporção da despesa pública com a remuneração de professores.
Art. 4º A avaliação individual das instituições de ensino superior, conduzida por
comissão externa à instituição especialmente designada pela Secretaria de Educação
Superior - SESu, considerará os seguintes aspectos:
I - administração geral: efetividade do funcionamento dos órgãos colegiados;
relações entre a entidade mantenedora e a instituição de ensino; eficiência das atividades-meio em relação aos objetivos finalísticos;
II - administração acadêmica: adequação dos currículos dos cursos de graduação e
da gestão da sua execução; adequação do controle do atendimento às exigências
regimentais de execução do currículo; adequação dos critérios e procedimentos de
avaliação do rendimento escolar;
III - integração social: avaliação do grau de inserção da instituição na
comunidade, local e regional, por meio dos programas de extensão e de prestação de
serviços;
IV - produção científica, cultural e tecnológica: avaliação da produtividade em
relação à disponibilidade de docentes qualificados, considerando o seu regime de
trabalho na instituição.
Parágrafo único. A comissão externa referida no caput
deste artigo levará em consideração a auto-avaliação realizada pela
própria instituição, as avaliações dos cursos realizados pelas comissões de
especialistas, os resultados dos exames nacionais de cursos, a avaliação da
pós-graduação conduzida pela Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - CAPES e a análise dos indicadores de desempenho global realizada pela
SEDIAE.
Art.
5º A avaliação dos cursos de
graduação far-se-á pela análise de indicadores estabelecidos pelas comissões de
especialistas de ensino e levará em consideração os resultados dos exames nacionais de
cursos e os indicadores mencionados no art. 3°, adequadamente adaptados para o caso.
Parágrafo único. A avaliação dos cursos de graduação conduzida pelas Comissões de
Especialistas, designadas pela SESu, será precedida de análise abrangente da situação
da respectiva área de atuação acadêmica ou profissional, quanto ao domínio do estado
da arte na área, levando em consideração o contexto internacional, e o comportamento do
mercado de trabalho nacional.
Art.
6º Para a avaliação dos cursos de
graduação, a análise das condições de oferta pelas instituições de ensino superior,
referida no inciso III do art. 1º, considerará:
I - a organização didático-pedagógica;
II - a adequação das instalações físicas em geral;
III - a adequação das instalações especiais, tais como laboratórios, oficinas e
outros ambientes indispensáveis à execução do currículo;
IV - a qualificação do corpo docente;
V - as bibliotecas com atenção para o acervo bibliográfico, inclusive livros e
periódicos, regime de funcionamento, modernização dos serviços e adequação
ambiental.
Art.
7º Cabe à CAPES a
avaliação dos cursos de mestrado e doutorado, que será realizada de acordo com
critérios e metodologia próprios.
Art.
8º Os resultados dos vários
procedimentos de avaliação serão consolidados e compatibilizados pela SESu.
Art.
9º Este Decreto entra em vigor na data
de sua publicação.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. 10.7.2001