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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

MEDIDA PROVISÓRIA No 320, DE 13 DE MAIO DE 1993.

Reeditada pala Medida Provisória nº 324, de 1993

Dispõe sobre o Fundo de Desenvolvimento Social, e dá outras providências.

    O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte medida provisória, com força de lei:

    Art. 1° O Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), rege-se por esta medida provisória.

    Art. 2° O FDS destina-se ao financiamento de projetos de investimento de interesse social nas áreas de habitação popular, saneamento básico, infra-estrutura e equipamentos comunitários .

    Art. 3° Constituem recursos do FDS:

    I os provimentos da aquisição compulsória de quotas de sua emissão pelos fundos de aplicação financeira, na forma da regulamentação expedida pelo Banco Central do Brasil;

    II os provenientes da aquisição voluntária de quotas de sua emissão por pessoas físicas e jurídicas;

    III o resultado de suas aplicações;

    IV outros que lhe venham a ser atribuídos.

    Parágrafo único. O total dos recursos do FDS deverá estar representado por:

    a) noventa por cento, no máximo, em financiamentos dos projetos referidos no art. 2°;

    b) dez por cento em reserva de liquidez, sendo cinco por cento em títulos públicos e cinco por cento em títulos de emissão da Caixa Econômica Federal (CEF).

    Art. 4° O valor da quota do FDS será calculado e divulgado, diariamente, pela Caixa Econômica Federal.

    Parágrafo único. O FDS estará sujeito às normas de escrituração expedidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil.

    Art. 5° Fica criado o Conselho Curador do FDS, integrado por sete membros que serão os titulares do seguintes cargos, sob a presidência do primeiro:

    I - Secretário-Executivo do Ministério do Bem-Estar Social;

    II - Secretário de Habitação do Ministério do Bem-Estar Social;

    III - Secretário de Saneamento do Ministério do Bem-Estar Social;

    IV - Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda;

    V - Secretário-Executivo da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República;

    VI - Presidente do Banco Central do Brasil;

    VII - Presidente da Caixa Econômica Federal.

    Parágrafo único. Os suplentes serão indicados pelos membros titulares e nomeados pelos respectivos Ministros de Estado a que seus órgãos estiverem subordinados.

    Art. 6° Compete ao Conselho Curador do FDS:

    I - definir as diretrizes a serem observadas na concessão de financiamentos, atendidos os seguintes aspectos básicos;

    a) conformidade com as políticas setoriais implementas pelo Governo Federal;

    b) prioridade e condições setoriais e regionais;

    c) interesse social do projeto;

    d) comprovação da viabilidade técnica e econômico-financeira do projeto;

    II - estabelecer limites para a concessão de financiamentos;

    III - apreciar e autorizar a concessão de financiamentos de projetos recomendados e aprovados pelo órgão gestor e eleitos pelo Ministério do Bem-Estar Social, cujos valores excedam os limites fixados na forma do inciso anterior;

    IV - estabelecer, em função da natureza e finalidade dos projetos:

    a) o percentual máximo de financiamento pelo FDS, vedada a concessão de financiamento integral;

    b) taxa de financiamento, que não poderá ser inferior ao Índice de Atualização dos Depósitos em Caderneta de Poupança mais doze por cento ao ano;

    c) taxa de risco de crédito, o qual somente se caracterizará quando, realizada a garantia, resultar prejuízo;

    d) condições de garantia e de desembolso do financiamento, bem assim da contrapartida financeira do proponente;

    V - dispor sobre a aplicação dos recursos de que trata o art. 3°, parágrafo único, alínea a, enquanto não destinados ao financiamento de projetos;

    VI - definir a taxa de administração a ser percebida pela Caixa Econômica Federal, a título de prestação do serviço de gestão do FDS;

    VII - definir os demais encargos que poderão se debitados ao FDS pela Caixa Econômica Federal e, quando for o caso, aos tomadores de financiamento, bem assim os de responsabilidade daquela instituição na qualidade de gestora do FDS;

    VIII - aprovar, anualmente, o orçamento proposto pela Caixa Econômica Federal e suas alterações;

    IX - aprovar os balancetes mensais e os balanços anuais do FDS, devendo ser estes últimos acompanhados de parecer de auditor independente;

    X - aprovar os programas de aplicação do FDS;

    XI - aprovar seu regimento interno;

    XII - autorizar, em caso de relevante interesse social, a formalização de operações financeiras especiais, não previstas nesta medida provisória, quanto a prazos, carência, taxas de juros, mutuário, garantias e outras condições, vedada a alteração da destinação referida no art. 2° e respeitada a competência do Banco Central do Brasil;

    XIII - deliberar sobre outros assuntos de interesse do FDS.

    Art. 7° O Conselho Curador disporá de uma Secretaria-Executiva, subordinada diretamente ao seu Presidente, cabendo ao Ministério do Bem-Estar Social proporcionar os meios necessários ao exercício das funções.

    Parágrafo único. Fica o Poder Executivo autorizado a criar os cargos necessários ao funcionamento da Secretaria-Executiva, podendo, para tal fim, requisitar servidores da Caixa Econômica Federal, órgão gestor do FDS, mantidos os seus direitos e vantagens, na forma do Estatuto da CEF.

    Art. 8° Cabe ao Ministério do Bem-Estar Social, na qualidade de formulador das políticas nacionais de habitação, de saneamento, de promoção humana e assistência social, a coordenação dos programas a serem implementados com recursos do FDS e a conseqüente eleição das operações a serem contratadas pelo órgão gestor, de acordo com critérios estabelecidos pelo Conselho Curador.

    Art. 9° Compete ao órgão gestor do FDS:

    I - praticar todos os atos necessários à gestão do FDS, de acordo com as diretrizes e os programas estabelecidos pelo Conselho Curador e coordenados pelo Ministério do Bem-Estar Social;

    II - adquirir, alienar, bem assim exercer os direitos inerentes aos títulos integrantes da carteira do FDS, abrir e movimentar contas bancárias, praticando todos os atos necessários à administração da carteira;

    III - subsidiar o Conselho Curador com parâmetros técnicos para a definição do conjunto de diretrizes;

    IV - propor ao Conselho Curador critérios para a destinação de recursos;

    V - analisar e emitir parecer a respeito dos projetos apresentados;

    VI - aprovar e contratar as operações eleitas pelo Ministério do Bem-Estar Social, respeitados os limites estabelecidos na forma do art. 6°;

    VII - propor ao Ministério do Bem-Estar Social, para apreciação e deliberação do Conselho Curador, os projetos considerados relevantes que ultrapassem os limites estabelecidos para a concessão de financiamentos;

    VIII - acompanhar e controlar os financiamentos;

    IX - manter o Ministério do Bem-Estar Social e o Conselho Curador informados sobre os financiamentos concedidos e sobre a observância dos parâmetros estabelecidos para aprovação dos projetos;

    X - elaborar os balancetes mensais e os balanços anuais do FDS; submetendo-os à aprovação do Conselho Curador, acompanhados de parecer do auditor independente, quando for o caso;

    XI - publicar os balanços anuais do FDS, acompanhados do parecer do auditor independente;

    XII - cumprir as atribuições fixadas pelo Conselho Curador.

    Art. 10. Esta medida provisória entra em vigor na data de sua publicação.

    Brasília, 13 de maio de 1993; 172° da Independência e 105° da República.

ITAMAR FRANCO
Jutahy Magalhães Júnior

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 14.5.1993