Presidência
da República |
DECRETO Nº 4.207, DE 23 DE ABRIL DE 2002.
Dispõe sobre a Medalha do Pacificador e dá outras providências. |
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DOS FINS DA MEDALHA
Art. 1º A Medalha do Pacificador será concedida pelo
Comandante do Exército:
I - aos militares do Exército que, em tempo de paz, no exercício de suas funções ou no cumprimento de missões de caráter militar, tenham se distinguido por suas atitudes, dedicação, abnegação e capacidade profissional;
II - aos militares do Exército que tenham contribuído para elevar o prestígio do Exército brasileiro junto às Forças Armadas de nações amigas, bem como para desenvolver, com elas, vínculos de amizade e cooperação;
III - aos militares da Marinha, da Aeronáutica e aos membros de Forças Auxiliares que, pelos serviços prestados, se tenham tornado credores de homenagem especial do Exército;
IV - aos militares e civis estrangeiros que tenham prestado assinalados serviços ao Exército ou contribuído para a consolidação e o desenvolvimento das relações e dos vínculos de amizade entre os Exércitos de seus países e o do Brasil;
V - aos cidadãos nacionais que hajam prestado relevantes serviços ao Exército; e
VI - às organizações militares e instituições civis, nacionais ou estrangeiras, que se tenham tornado credoras de homenagem especial do Exército.
Parágrafo único. As condições estabelecidas neste artigo deverão estar claramente expressas na proposta para a concessão da medalha.
Art. 2º A Medalha do Pacificador com Palma será concedida
aos militares e aos civis brasileiros que, em tempo de paz, no exercício de suas
funções ou no cumprimento de missões de caráter militar, tenham se distinguido por
atos pessoais de abnegação, coragem e bravura, com risco de vida.
Parágrafo único. As condições estabelecidas neste artigo deverão estar claramente comprovadas em sindicância ou inquérito policial militar.
CAPÍTULO II
DA INSÍGNIA, DA MEDALHA E DE SEUS COMPLEMENTOS
Art. 3º A Medalha do Pacificador e seus complementos serão
usados de acordo com o estabelecido no Regulamento de Uniformes de cada Força Singular ou
Auxiliar.
Parágrafo único. O militar ou civil que, já tendo recebido a Medalha do Pacificador, for agraciado com a Medalha do Pacificador com Palma, usará as honrarias correspondentes a esta última.
Art. 4º A organização militar ou instituição civil
agraciada com a insígnia de bandeira deverá usá-la em seu Estandarte Histórico, quando
o possuir, ou, na falta deste, na Bandeira Nacional.
Parágrafo único. Na falta do Estandarte Histórico e da Bandeira Nacional, a insígnia será guardada em local de destaque.
Art. 5º A organização militar ou instituição civil
nacional, agraciada com a insígnia de bandeira, que receber nova denominação ou for
transformada, transferirá a insígnia para a organização militar ou instituição que
lhe suceder.
Art. 6º No caso de extinção da organização militar ou da
instituição civil, a insígnia será recolhida ao:
I - museu da Força correspondente ou ao Museu Histórico do Exército, a critério da respectiva Força, no caso de a organização militar pertencer às Forças Armadas; e
II - museu do Estado da Federação em que estiver sediada, no caso de instituição civil ou de organização militar pertencente a uma Força Auxiliar, ou ao Museu Histórico do Exército, a critério da Força Auxiliar ou da instituição.
CAPÍTULO III
DA CONCESSÃO
Art. 7º A concessão da Medalha do Pacificador e insígnia de
bandeira será realizada mediante portaria do Comandante do Exército.
Art. 8º As propostas para a concessão da medalha serão
elaboradas pelas autoridades proponentes, por escrito.
Art. 9o A Medalha do Pacificador poderá ser concedida post
mortem, nas condições estabelecidas nos arts. 1º e 2º
deste Decreto.
CAPÍTULO IV
DA CASSAÇÃO
Art. 10. Perderá o direito ao uso da Medalha do Pacificador e será excluído da relação de agraciados:
I - o condecorado nacional que:
a) tenha perdido a nacionalidade ou a cidadania;
b) tenha cometido atos contrários à dignidade e à honra militar, à moralidade da organização ou da sociedade civil, desde que apurados em sindicância ou inquérito; e
c) sendo militar:
1. for condenado à pena de reforma prevista no Código Penal Militar, por sentença transitada em julgado;
2. se oficial, for declarado indigno do oficialato, por decisão do Superior Tribunal Militar; e
3. se praça, for licenciado ou excluído a bem da disciplina;
II - o condecorado nacional ou estrangeiro que:
a) tenha sido condenado pela justiça do Brasil, em qualquer foro, por sentença transitada em julgado, por crime contra a integridade e a soberania nacionais ou atentado contra o erário, as instituições e a sociedade brasileira;
b) recusar ou devolver a condecoração ou insígnia que lhe haja sido conferida; e
c) tenha praticado atos pessoais que invalidem as razões da concessão, a critério do Comandante do Exército.
Parágrafo único. A cassação será feita ex officio, em ato do Comandante do Exército.
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 11. O Comandante do Exército mandará expedir o competente diploma, após assinada e publicada em boletim do Exército, a portaria de concessão da medalha.
Art. 12. Os casos omissos neste Decreto serão analisados e resolvidos pelo Comandante do Exército.
Art. 13. O Comandante do Exército baixará os atos complementares necessários à implementação deste Decreto.
Art. 14. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 15. Fica revogado o Decreto
nº 92.695, de 20 de maio de 1986.
Brasília, 23 de abril de 2002; 181º da Independência e 114º
da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Geraldo Magela da Cruz Quintão
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 24.4.2002