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da República |
DECRETO Nº 5.130, DE 7 DE JULHO DE 2004.
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DECRETA:
Art. 1o Ficam definidos os mecanismos e
os critérios para o exercício do direito previsto no art. 40 da Lei no
10.741, de 1o de outubro de 2003, no sistema de transporte coletivo
interestadual, nos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário.
Art. 1o O exercício do direito
previsto no art.
40 da Lei no 10.741, de 1o de outubro de 2003,
rege-se pelas disposições deste Decreto e por normas complementares editadas pela
Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT e pela Agência Nacional de Transportes
Aquaviários - ANTAQ. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Art. 2o Para fins deste Decreto, considera-se:
I - idoso: pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos;
II - serviço de transporte interestadual de passageiros: o que transpõe o
limite do Estado, do Distrito Federal ou de Território;
III - seção:
serviço realizado em trecho do itinerário do serviço de transporte, com fracionamento
de preço; e
IV - bilhete de viagem do idoso:
documento que comprove a concessão do transporte gratuito ao idoso, fornecido pela
empresa prestadora do serviço de transporte, para possibilitar o ingresso do idoso no
veículo.
III - linha: serviço de transporte coletivo de passageiros
executado em uma ligação de dois pontos terminais, nela incluída os seccionamentos e as
alterações operacionais efetivadas, aberto ao público em geral, de natureza regular e
permanente, com itinerário definido no ato de sua delegação ou outorga; (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
IV - seção: serviço realizado em trecho do itinerário de linha do serviço
de transporte, com fracionamento do preço de passagem; e (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
V - bilhete de viagem do idoso: documento que comprove a concessão do
transporte gratuito ao idoso, fornecido pela empresa prestadora do serviço de transporte,
para possibilitar o ingresso do idoso no veículo. (Incluído
pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Art. 3o Ao idoso com renda igual ou inferior a dois
salários-mínimos serão reservadas duas vagas gratuitas em cada veículo, comboio
ferroviário ou embarcação do serviço convencional de transporte interestadual de
passageiros.
§ 1o Incluem-se na condição de serviço convencional:
I - os serviços de transporte rodoviário interestadual convencional de
passageiros, prestado com veículo de características básicas, com ou sem sanitários,
em linhas regulares;
II - os serviços de transporte ferroviário interestadual de passageiros, em
linhas regulares; e
III - os serviços de transporte aquaviário interestadual, abertos ao público,
realizados nos rios, lagos, lagoas e baías, que operam linhas regulares, inclusive
travessias.
§ 2o O
beneficiário previsto no caput deste artigo deverá solicitar um único
"Bilhete de Viagem do Idoso", devendo dirigir-se aos pontos de venda da
transportadora, com antecedência de, pelo menos, três horas em relação ao
horário de partida do ponto inicial do serviço de transporte, podendo incluir no
referido bilhete a viagem de retorno, respeitados os procedimentos da venda de bilhete de
passagem, no que couber.
§ 3o Na
existência de seções, nos pontos de seção devidamente autorizados para embarque de
passageiros, a reserva de assentos também deverá estar disponível até a mesma hora
prevista no § 2o.
§ 4o Após o
prazo estipulado no § 2o, caso os assentos reservados não tenham sido
objeto de concessão do benefício de que trata este Decreto, as empresas prestadoras dos
serviços poderão colocar à venda os bilhetes desses assentos.
§ 5o No dia
marcado para a viagem, o beneficiário deverá comparecer no guichê da empresa prestadora
do serviço, no terminal de embarque, até trinta minutos antes da hora marcada para o
início da viagem, sob pena de perda do benefício.
§ 2o O beneficiário, para fazer uso
da reserva prevista no caput deste artigo, deverá solicitar um único
"Bilhete de Viagem do Idoso", nos pontos de venda próprios da transportadora,
com antecedência de, pelo menos, três horas em relação ao horário de partida do ponto
inicial da linha do serviço de transporte, podendo solicitar a emissão do bilhete de
viagem de retorno, respeitados os procedimentos da venda de bilhete de passagem, no que
couber. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
§ 3o Na existência de seções, nos pontos de seção
devidamente autorizados para embarque de passageiros, a reserva de assentos também
deverá estar disponível até o mesmo horário definido para o ponto inicial da linha,
consoante o previsto no § 2o. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
§ 4o Após o prazo estipulado no § 2o,
caso os assentos reservados não tenham sido objeto de concessão do benefício de que
trata este Decreto, as empresas prestadoras dos serviços poderão colocar à venda os
bilhetes desses assentos, que, enquanto não comercializados, continuariam disponíveis
para o exercício do benefício da gratuidade. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
§ 5o No dia marcado para a viagem, o beneficiário
deverá comparecer ao terminal de embarque até trinta minutos antes da hora marcada para
o início da viagem, sob pena de perda do benefício. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
§ 6o O "Bilhete de Viagem do Idoso" e o
bilhete com desconto do valor da passagem são intransferíveis.
Art. 4o Além das vagas previstas no art. 3o,
o idoso com renda igual ou inferior a dois salários-mínimos terá direito ao desconto
mínimo de cinqüenta por cento do valor da passagem para os demais assentos do veículo,
comboio ferroviário ou embarcação do serviço convencional de transporte interestadual
de passageiros.
§ 1o O
desconto previsto no caput deste artigo estará disponível até três horas antes
do início da viagem.
§ 1o O desconto previsto no caput
deste artigo estará disponível desde sete dias antes da data de partida do ponto inicial
da linha. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
§ 2o Quando a empresa prestadora do serviço efetuar a
venda do bilhete de passagem com o desconto previsto no caput deste artigo, deverá
nele constar essa situação, mediante acréscimo das seguintes informações:
I - desconto
para idoso;
II - nome do beneficiário.
II - nome do beneficiário; e (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
III - número do documento de identificação do beneficiário. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Art. 5o O "Bilhete de Viagem do Idoso" será
emitido pela empresa prestadora do serviço, em pelo menos duas vias, sendo que uma via
será destinada ao passageiro e não poderá ser recolhida pela transportadora, e nela
constarão, no mínimo, as seguintes indicações:
I - nome,
endereço da empresa prestadora do serviço, número de inscrição no CNPJ e data da
emissão da autorização;
I - nome, endereço da empresa prestadora do serviço, número
de inscrição no CNPJ e data da emissão do bilhete; (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
II - denominação "Bilhete de Viagem do Idoso";
III
- número da autorização e da via;
III - número do bilhete e da via; (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
IV - origem e destino da viagem;
V - prefixo da linha e suas localidades terminais;
VI - data e horário da viagem;
VII - número da poltrona;
VIII - nome do beneficiário; e
IX - número do documento de identificação do beneficiário.
Art. 6o No ato da solicitação do "Bilhete de
Viagem do Idoso" ou desconto do valor da passagem, o interessado deverá apresentar
documento pessoal que faça prova de sua idade e da renda igual ou inferior a dois
salários-mínimos.
§ 1o A
prova de idade do beneficiário idoso far-se-á mediante apresentação de qualquer
documento pessoal, com fé pública, que a comprove.
§ 1o A prova de idade do
beneficiário idoso far-se-á mediante apresentação de qualquer documento pessoal, com
fé pública, que a comprove e o identifique. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
§ 2o A comprovação de renda será feita mediante a
apresentação de um dos seguintes documentos:
I - Carteira de Trabalho e Previdência Social com anotações atualizadas;
II - contracheque de pagamento ou documento expedido pelo empregador;
III - carnê de contribuição para o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS;
IV - extrato de pagamento de benefício ou declaração fornecida pelo INSS ou
outro regime de previdência social público ou privado; e
V - documento ou carteira emitida pelas Secretarias Estaduais ou Municipais de
Assistência Social ou congêneres.
Art. 7o A segunda via do "Bilhete de Viagem do
Idoso" deverá ser arquivada, permanecendo a mesma em poder da empresa prestadora do
serviço nos trezentos e sessenta e cinco dias subseqüentes ao término da viagem.
Parágrafo único. As
empresas prestadoras dos serviços de transporte deverão mensalmente informar as
Agências Nacionais de Regulação dos Transportes Terrestre e Aquaviário, de acordo com
as respectivas esferas de atuação dessas Agências, a movimentação de usuários
titulares do benefício, por linha e por situação.
Parágrafo único. As empresas prestadoras dos serviços
de transporte deverão periodicamente informar à ANTT e à ANTAQ, de acordo com as
respectivas esferas de atuação dessas Agências, a movimentação de usuários titulares
do benefício, por linha e por situação. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Art. 8o Os beneficiários de que trata este Decreto
estão sujeitos aos procedimentos de identificação de passageiros ao apresentarem-se
para embarque, de acordo com o estabelecido pelas Agências Nacionais de Regulação dos
Transportes Terrestre e Aquaviário, em suas respectivas esferas de atuação.
Art. 8o-A. O benefício concedido ao
idoso alcança os mesmos direitos garantidos aos demais passageiros. (Incluído
pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Parágrafo único. Não estão incluídas no benefício as tarifas de
pedágio e de utilização dos terminais e as despesas com alimentação. (Incluído
pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Art. 9o O
descumprimento ao disposto neste Decreto sujeitará o infrator a sanção de multa, sem
prejuízo das demais sanções regulamentares e contratuais, e das de natureza civil e
penal.
Parágrafo único. O valor da
multa será fixado em regulamento aprovado pela Diretoria das Agências Nacionais de
Regulação dos Transportes Terrestre e Aquaviário, em suas respectivas esferas de
atuação.
Art. 9o Compete à ANTT e à ANTAQ, em
suas respectivas esferas de atuação, editar normas complementares para o cumprimento do
disposto neste Decreto, notadamente sobre: (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
I - a tipificação das condutas que caracterizem infrações a este Decreto e
suas normas complementares; e (Incluído
pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
II - o valor das multas correspondentes às infrações cometidas. (Incluído
pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Parágrafo único. A aplicação de multa não elide a imposição das
demais sanções legais e contratuais, nem das de natureza cível e penal. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.155, de 2004)
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação, produzindo efeitos a
partir de 1o de agosto de 2004.
Brasília, 7 de
julho de 2004; 183o da Independência e 116o da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Alfredo Nascimento
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.7.2004