Presidência
da República |
DECRETO Nº 5.081, DE 14 DE MAIO DE 2004.
Regulamenta os arts. 13 e 14 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, e o art. 23 da Lei no 10.848, de 15 de março de 2004, que tratam do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS. |
DECRETA:
Art. 1o O Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS,
pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, fica autorizado, nos termos do art. 13 da Lei no 9.648, de 27
de maio de 1998, a executar as atividades de coordenação e controle da operação da
geração e da transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional - SIN,
sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.
Art. 1º O Operador
Nacional do Sistema Elétrico - ONS, pessoa jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, fica autorizado, nos termos do
art. 13 da Lei nº
9.648, de 27 de maio de 1998, a executar as atividades de coordenação e
controle da operação da geração e da transmissão de energia elétrica do Sistema
Interligado Nacional - SIN e as atividades de previsão de carga e planejamento
da operação dos sistemas isolados, sob a fiscalização e regulação da Agência
Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.
(Redação dada pelo
Decreto nº 9.022, de 2017)
Art. 2o No desenvolvimento de suas atividades, o ONS atenderá às disposições constantes deste Decreto, de seu Estatuto Social, às demais regulamentações da Lei no 10.848, de 15 de março de 2003, no que for aplicável, e às normas complementares editadas pela ANEEL.
Art. 3o Sem prejuízo de outras funções atribuídas pelo Poder Concedente, constituirão atribuições do ONS, a serem exercidas privativamente pela Diretoria:
I - o planejamento e a programação da operação e o despacho centralizado da geração, com vistas à otimização do Sistema Interligado Nacional - SIN;
II - a supervisão e a coordenação dos centros de operação de sistemas elétricos, a supervisão e o controle da operação do SIN e das interligações internacionais;
III - a contratação e a administração de serviços de transmissão de energia elétrica e as respectivas condições de acesso, bem como dos serviços ancilares;
IV - a proposição ao Poder Concedente das ampliações de instalações da Rede Básica, bem como de reforços do SIN, a serem considerados no planejamento da expansão dos sistemas de transmissão;
V - a proposição de regras para a operação das instalações de transmissão da Rede Básica do SIN, mediante processo público e transparente, consolidadas em Procedimentos de Rede, a serem aprovadas pela ANEEL, observado o disposto no art. 4o, § 3o, da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996;
VI - a divulgação dos indicadores de desempenho dos despachos realizados, a
serem auditados semestralmente pela ANEEL.
VI - a divulgação dos indicadores de desempenho dos despachos realizados, a serem auditados semestralmente pela ANEEL; (Redação dada pelo Decreto nº 9.022, de 2017)
VII - a previsão de carga e o planejamento da operação dos sistemas isolados; e (Incluído pelo Decreto nº 9.022, de 2017)
VIII - a proposição de regras para a previsão de carga e para o planejamento da operação dos sistemas isolados, consolidadas em procedimentos operacionais, a serem aprovadas pela ANEEL em regulação específica. (Incluído pelo Decreto nº 9.022, de 2017)
§ 1o Para a realização das atribuições tratadas no caput, o ONS deverá, entre outros:
I - manter acordo operacional com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE de que trata o art. 4o da Lei no 10.848, de 2004, visando ao estabelecimento das condições de relacionamento técnico-operacional entre as duas entidades, para o desenvolvimento das atividades que lhes competirem, naquilo que for cabível;
II - manter acordo operacional com a Empresa de Pesquisa Energética - EPE, com a finalidade de prover elementos e subsídios necessários ao desenvolvimento das atividades relativas ao planejamento do setor elétrico, nos termos da Lei no 10.847, de 15 de março de 2004.
§ 2º As atividades previstas nos incisos
VII e VIII do caput serão executas pelo ONS, conforme previsto na
alínea “g” do parágrafo único do
art. 13 da Lei nº 9.648, de 1998.
(Incluído pelo
Decreto nº 9.022, de 2017)
Art. 4o O ONS será integrado por titulares de concessão, permissão ou autorização e por outros agentes vinculados aos serviços e às instalações de energia elétrica, e por Consumidores Livres conectados à rede básica.
Art. 5o O ONS, para o cumprimento de suas atribuições e a consecução de seus objetivos, será constituído pelos seguintes órgãos:
I - Assembléia Geral, como órgão deliberativo superior, composto pelos agentes referidos no art. 4o desde Decreto e representantes indicados pelos Conselhos de Consumidores constituídos na forma da Lei no 8.631, de 4 de março de 1993;
II - Conselho de Administração, órgão colegiado composto na forma prevista neste Decreto;
III - Diretoria, órgão colegiado ao qual competirá a direção geral das atividades do ONS, nos termos do art. 3o deste Decreto;
IV - Conselho Fiscal, ao qual competirá precipuamente fiscalizar os atos da administração, verificar o cumprimento de seus deveres legais e estatutários, dentre outras atividades inerentes ao órgão.
§ 1o Observadas as disposições deste Decreto, os órgãos do ONS exercerão as atribuições constantes de seu Estatuto Social.
§ 2o As atividades técnicas previstas no art. 3o deste Decreto não estarão sujeitas à apreciação do Conselho de Administração.
Art. 6o O Conselho de Administração do ONS
será integrado por quinze Conselheiros titulares e seus respectivos suplentes, eleitos em
Assembléia Geral, para cumprimento de mandato de dois anos, permitida uma única
recondução, e indicados da seguinte forma:
Art. 6º O Conselho de
Administração do ONS será integrado por quinze Conselheiros titulares e
seus respectivos suplentes, eleitos em Assembléia Geral, para
cumprimento de mandato de dois anos, permitida a recondução, e indicados
da seguinte forma:
(Redação dada pelo
Decreto nº 6.441, de 2008).
I - um titular e um suplente pelo Ministério de Minas e Energia;
II - cinco titulares e cinco suplentes pelos agentes de produção;
III - quatro titulares e quatro suplentes pelos agentes de transporte; e
IV - cinco titulares e cinco suplentes pelos agentes de consumo, sendo um
titular e um suplente indicados pelos Consumidores Livres.
Parágrafo único. Os membros do Conselho de Administração do ONS não
poderão integrar sua Diretoria e seu Conselho Fiscal. (Revogado pelo
Decreto nº 9.143, de 2017)
Art. 6º O Conselho de Administração do ONS será composto pelos seguintes conselheiros titulares e seus suplentes:
(Redação dada pelo
Decreto nº 9.143, de 2017)
I - um representante indicado pelo Ministério de Minas e Energia; (Redação dada pelo Decreto nº 9.143, de 2017)
II - cinco representantes indicados pelos agentes de produção; (Redação dada pelo Decreto nº 9.143, de 2017)
III - quatro representantes indicados pelos agentes de transporte; (Redação dada pelo Decreto nº 9.143, de 2017)
IV - cinco representantes indicados pelos agentes de consumo, dos quais um titular e um suplente indicados pelos consumidores livres; (Redação dada pelo Decreto nº 9.143, de 2017)
V - um representante indicado pelo Presidente da Empresa de Pesquisa Energética - EPE; e (Incluído pelo Decreto nº 9.143, de 2017)
VI - um representante da sociedade civil e de notório saber, indicado pelos membros do Conselho de Administração do ONS. (Incluído pelo Decreto nº 9.143, de 2017)
§ 1º Os membros do Conselho de
Administração do ONS serão eleitos em assembleia geral, para mandato de dois
anos, admitida a recondução.
(Incluído pelo
Decreto nº 9.143, de 2017)
§ 2º Os membros do Conselho de
Administração do ONS não poderão integrar a sua Diretoria e o seu Conselho
Fiscal.
(Incluído pelo
Decreto nº 9.143, de 2017)
Art. 7o A Diretoria do ONS será integrada por um Diretor-Geral e quatro Diretores, escolhidos entre profissionais de reconhecida competência em sua área de atuação, domiciliados no País, com dedicação exclusiva e em tempo integral, eleitos e destituíveis pela Assembléia Geral, sendo:
I - três membros indicados pelo Ministério de Minas e Energia, incluindo o Diretor-Geral; e
II - dois membros indicados pelos agentes.
§ 1o O prazo de mandato dos membros da Diretoria do ONS será de quatro anos, não coincidentes, permitida uma única recondução.
§ 2o O Estatuto Social do ONS disporá sobre os impedimentos a serem observados para eleição dos membros da Diretoria.
§ 3o A exoneração imotivada de dirigente do ONS somente poderá ocorrer nos quatro meses iniciais do mandato, findos os quais é assegurado seu pleno e integral exercício.
§ 4o Constitui motivo para a exoneração de dirigente do ONS, em qualquer época, a condenação em ação penal transitada em julgado.
§ 5o No caso de ausência ou impedimento de qualquer dos diretores, que caracterize vacância do cargo, a Assembléia Geral, em um período de trinta dias a contar da vacância, elegerá um novo diretor para completar o prazo de gestão do substituído.
§ 6o Após a recondução, o mandato do
Diretor-Geral poderá ser excepcionalmente estendido por dois anos, a critério do
Poder Concedente.
(Incluído pelo Decreto
nº 8.230, de 2014)
(Revogado pelo
Decreto nº 9.022, de 2017)
Art. 8o O Estatuto Social do ONS deverá ser aprovado pela ANEEL, observado o disposto no § 3o do art. 4o da Lei no 9.427, de 1996.
Parágrafo único. Para a determinação de votos nas Assembléia Geral e representação no Conselho de Administração, deverão estar previstos no Estatuto Social do ONS três categorias de membros e seus respectivos números de votos:
I - categoria produção, proporcional ao total da capacidade instalada de suas usinas e a capacidade de importação;
II - categoria transporte, proporcional à participação de cada agente no faturamento total dos serviços de transmissão de energia elétrica da rede básica; e
III - categoria consumo, proporcional à quantidade de energia consumida diretamente ou comercializada com os consumidores finais e exportadores.
Art. 9o A ANEEL deverá promover auditoria dos sistemas e dos procedimentos técnicos do ONS, para verificar, dentre outros, o seguinte:
I - a confiabilidade e a integridade dos sistemas operacionais, no mínimo a cada doze meses;
II - a qualidade e atualidade técnica das metodologias, dos modelos computacionais, dos sistemas e dos processos, no mínimo a cada doze meses;
III - o atendimento à ordem de programação de despacho de geração, visando à otimização dos recursos energéticos do SIN;
IV - a aplicação das informações prestadas pelos agentes relativas às suas instalações de geração e transmissão e dos serviços ancilares; e
V - a aderência das práticas operativas aos Procedimentos de Rede.
Art. 10. A ANEEL deverá regular e fiscalizar o processo de adequação do ONS, inclusive com a alteração de seu Estatuto Social, contemplando o critério de não-coincidência de mandatos de seus diretores, no prazo máximo de noventa dias da publicação deste Decreto.
Art. 11. Fica revogado o art. 25 do Decreto no 2.655, de 2 de julho de 1998.
Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 14 de maio de 2004; 183o da Independência e 116o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Vana Rousseff
Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.5.2004
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