Presidência
da República |
MEDIDA PROVISÓRIA No 1.807-3, DE 22 DE ABRIL DE 1999.
Reeditada pela Medida Provisória nº 1.807-4, de 1999 | Altera a legislação das Contribuições para a Seguridade Social - COFINS, para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e sobre o lucro líquido, do Imposto sobre a Renda, e dá outras providências. |
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
no uso da
atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida
Provisória, com força de lei:
Art. 1o A
alíquota da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do
Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP, devida pelas pessoas jurídicas a que se
refere o § 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991, fica reduzida para sessenta e cinco centésimos por cento em relação aos
fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999.
Art. 2o O
art. 3o da
Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998,
passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 6o e 7o:
"§ 6º Na determinação da base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, as pessoas jurídicas referidas no § 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 1991, além das exclusões e deduções mencionadas no parágrafo anterior, poderão excluir ou deduzir:
I - no caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil e cooperativas de crédito:
a) despesas incorridas nas operações de intermediação financeira;
b) despesas de obrigações por empréstimos, para repasse, de recursos de instituições de direito privado;
c) deságio na colocação de títulos;
d) perdas com títulos de renda fixa e variável, exceto com ações;
e) perdas com ativos financeiros e mercadorias, em operações de hedge;
II - no caso de empresas de seguros privados, os rendimentos auferidos nas aplicações financeiras destinadas à garantia de provisões técnicas, durante o período de cobertura do risco;
III - no caso de entidades de previdência privada, abertas e fechadas, os rendimentos auferidos nas aplicações financeiras destinadas ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e de resgates;
IV - no caso de empresas de capitalização, os rendimentos auferidos nas aplicações financeiras destinadas ao pagamento de resgate de títulos.
§ 7º As exclusões previstas nos incisos II a IV do parágrafo anterior restringem-se aos rendimentos de aplicações financeiras que não excedam o total das provisões técnicas, constituídas na forma fixada pela Superintendência de Seguros Privados -SUSEP." (NR)
Art. 3o O §
1o do art. 1o da Lei no 9.701, de 17
de novembro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:
"§ 1o É vedada a dedução de qualquer despesa administrativa." (NR)
Art. 4o O
disposto no
art. 4º da Lei nº 9.718, de 1998,
aplica-se, exclusivamente, em relação às vendas de gasolina automotiva e óleo diesel.
Parágrafo único. Nas vendas
de óleo diesel ocorridas a partir de 1o de fevereiro de 1999,
o fator de multiplicação previsto no
parágrafo único do art. 4º da Lei nº
9.718, de 1998, fica reduzido de quatro para três inteiros e trinta e três centésimos.
Art. 5o O
importador de gasolina automotiva e óleo diesel, relativamente às vendas desses produtos
que efetuar, fica obrigado a cobrar e recolher, na condição de contribuinte substituto
das distribuidoras e comerciantes varejistas, as contribuições para o PIS/PASEP e
COFINS, observadas as mesmas normas aplicáveis às refinarias nacionais.
Art. 6o A
contribuição social sobre o lucro líquido - CSLL, instituída pela Lei no
7.689, de 15 de dezembro de 1988, será cobrada com o adicional de quatro pontos
percentuais, relativamente aos fatos geradores ocorridos de 1o de maio
até 31 de dezembro de 1999.
Parágrafo único. O adicional
a que se refere este artigo aplica-se, inclusive, na hipótese do pagamento mensal por
estimativa previsto no art. 30 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de
1996, bem assim às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou
arbitrado.
Art. 7o A
alíquota da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas referidas no art. 1o,
fica reduzida para oito por cento em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o
de janeiro de 1999, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo anterior.
Art. 8o As
pessoas jurídicas referidas no art. 1o, que tiverem base de cálculo
negativa e valores adicionados, temporariamente, ao lucro líquido, para efeito de
apuração da base de cálculo da CSLL, correspondentes a períodos de apuração
encerrados até 31 de dezembro de 1998, poderão optar por escriturar, em seu ativo, como
crédito compensável com débitos da mesma contribuição, o valor equivalente a dezoito
por cento da soma daquelas parcelas.
§ 1o A
pessoa jurídica que optar pela forma prevista neste artigo não poderá computar os
valores que serviram de base de cálculo do referido crédito na determinação da base de
cálculo da CSLL correspondente a qualquer período de apuração posterior a 31 de
dezembro de 1998.
§ 2o A
compensação do crédito a que se refere este artigo somente poderá ser efetuada com
até trinta por cento do saldo da CSLL remanescente, em cada período de apuração, após
a compensação de que trata o
art. 8º da Lei nº
9.718, de 1998, não sendo admitida, em qualquer hipótese, a restituição de seu valor
ou sua compensação com outros tributos ou contribuições, observadas as normas
expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
§ 3o O
direito à compensação de que trata o parágrafo anterior limita-se, exclusivamente, ao
valor original do crédito, não sendo admitido o acréscimo de qualquer valor a título
de atualização monetária ou de juros.
Art. 9o O
imposto retido na fonte sobre rendimentos pagos ou creditados à filial, sucursal,
controlada ou coligada de pessoa jurídica domiciliada no Brasil, não compensado em
virtude de a beneficiária ser domiciliada em país enquadrado nas disposições do art.
24 da Lei no 9.430, de 1996, poderá ser compensado com o imposto devido
sobre o lucro real da matriz, controladora ou coligada no Brasil quando os resultados da
filial, sucursal, controlada ou coligada, que contenham os referidos rendimentos, forem
computados na determinação do lucro real da pessoa jurídica no Brasil.
Parágrafo único. Aplica-se à
compensação do imposto a que se refere este artigo o disposto no art. 26 da Lei no
9.249, de 26 de dezembro de 1995.
Art. 10. O art. 17 da Lei nº
9.779, de 19 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:
"§ 1o O disposto neste artigo estende-se:
I - aos casos em que a declaração de constitucionalidade tenha sido proferida pelo Supremo Tribunal Federal, em recurso extraordinário;
II - a contribuinte ou responsável favorecido por decisão judicial definitiva em matéria tributária, proferida sob qualquer fundamento, em qualquer grau de jurisdição;
III - aos processos judiciais ajuizados até 31 de dezembro de 1998, exceto os relativos à execução da Dívida Ativa da União.
§ 2o O pagamento na forma do caput deste artigo aplica-se à exação relativa a fato gerador:
I - ocorrido a partir da data da publicação do primeiro Acórdão do Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, na hipótese do inciso I do parágrafo anterior;
II - ocorrido a partir da data da publicação da decisão judicial, na hipótese do inciso II do parágrafo anterior;
III - alcançado pelo pedido, na hipótese do inciso III do parágrafo anterior.
§ 3o O pagamento referido neste artigo:
I - importa em confissão irretratável da dívida;
II - constitui confissão extrajudicial, nos termos dos arts. 348, 353 e 354 do Código de Processo Civil;
III - poderá ser parcelado em até seis parcelas iguais, mensais e sucessivas, vencendo-se a primeira no mesmo prazo estabelecido no caput para o pagamento integral e as demais no último dia útil dos meses subseqüentes.
§ 4o As prestações do parcelamento referido no parágrafo anterior serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês de vencimento da primeira parcela até o mês anterior ao pagamento e de um por cento no mês do pagamento.
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo às contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS." (NR)
Art. 11. O prazo previsto no
art. 17 da Lei nº 9.779, de 1999, fica prorrogado para o último dia
útil do mês de fevereiro de 1999.
Parágrafo único. Relativamente
às contribuições arrecadadas pelo INSS, o prazo a que se refere o caput fica
prorrogado para o último dia útil do mês de abril de 1999.
Art. 12. Fica suspensa, a
partir de 1o de abril até 31 de dezembro de 1999, a aplicação da Lei
no 9.363, de 13 de dezembro de 1996, que instituiu o crédito presumido
do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições para os
Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público -
PIS/PASEP e para a Seguridade Social - COFINS, incidentes sobre o valor das
matérias-primas, dos produtos intermediários e dos materiais de embalagem utilizados na
fabricação de produtos destinados à exportação.
Art. 13. Ficam convalidados os
atos praticados com base na Medida Provisória no 1.807-2, de 25 de
março de 1999.
Art. 14. Esta Medida
Provisória entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 15. Ficam revogados o
inciso II e o § 2o do art. 1o da Lei no
9.701, de 17 de novembro de 1998, e o
art. 14 da Lei nº 9.779, de 19 de
janeiro de 1999.
Brasília, 22 de abril de 1999; 178o
da Independência e 111o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Malan
Waldeck Ornélas
Este texto não substitui o publicado no
DOU de 23.4.1999