Presidência
da República |
LEI Nº 10.426, DE 24 DE ABRIL DE 2002.
Texto compilado | Altera a legislação tributária federal e dá outras providências. |
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 16, de 2001, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Ramez Tebet, Presidente da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001, promulgo a seguinte Lei:
Art. 1o Em relação ao estoque de ações existente em 31 de dezembro de 2001, fica facultado à pessoa física e à pessoa jurídica isenta ou sujeita ao regime de tributação de que trata a Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, efetuar o pagamento do imposto de renda incidente sobre ganhos líquidos em operações realizadas no mercado à vista de bolsa de valores, sem alienar a ação, à alíquota de dez por cento.
§ 1o O imposto de que trata este artigo:
I - terá como base de cálculo a diferença positiva entre o preço médio ponderado da ação verificado na Bolsa de Valores de São Paulo, no mês de dezembro de 2001, ou no mês anterior mais próximo, caso não tenha havido negócios com a ação naquele mês, e o seu custo médio de aquisição;
II - será pago pelo contribuinte de forma definitiva, sem direito a qualquer restituição ou compensação, até 31 de janeiro de 2002;
III - abrangerá a totalidade de ações de uma mesma companhia, pertencentes à optante, por espécie e classe.
§ 2o O preço médio ponderado de que trata o § 1o:
I - constituirá o novo custo de aquisição, para efeito de apuração do imposto quando da efetiva alienação da ação;
II - será divulgado por meio de relação editada pela Secretaria da Receita Federal.
Art. 2o O disposto no art. 1o aplica-se também no caso de ações negociadas à vista em mercado de balcão organizado, mantido por entidade cujo objeto social seja análogo ao das bolsas de valores e que funcione sob a supervisão e fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários.
Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal divulgará também relação contendo os preços das ações negociadas na entidade de que trata este artigo, que serão avaliadas pelo mesmo critério previsto no inciso I do § 1o do art. 1o.
Art. 3o As
aplicações existentes em 31 de dezembro de 2001 nos fundos de investimento de que trata
o § 6o do art. 28 da Lei no
9.532, de 10 de dezembro de 1997, com as alterações introduzidas pelos arts. 1o
e 2o da Medida Provisória no
2.189-49, de 23 de agosto de 2001, terão os respectivos rendimentos apropriados pro
rata tempore até aquela data.
(Vide Medida Provisória
nº 1.184, de 2023)
(Produção de efeitos)
(Revogado pela Lei nº 14.754, de
2023)
Produção de efeito
§ 1o No
resgate de quotas referentes às aplicações de que trata este artigo serão observados
os seguintes procedimentos:
I - se
o valor de aquisição, acrescido dos rendimentos apropriados até 31 de dezembro de 2001,
for inferior ao valor de resgate, o imposto de renda devido será o resultado da soma das
parcelas correspondentes a dez por cento dos rendimentos apropriados até aquela data e a
vinte por cento dos rendimentos apropriados entre 1o de janeiro de 2002
e a data do resgate;
II - se
o valor de aquisição, acrescido dos rendimentos apropriados até 31 de dezembro de 2001,
for superior ao valor de resgate, a base de cálculo do imposto será a diferença
positiva entre o valor de resgate e o valor de aquisição, sendo aplicada alíquota de
dez por cento.
§ 2o O
disposto neste artigo aplica-se também aos clubes de investimento que mantenham em suas
carteiras percentual mínimo de sessenta e sete por cento de ações negociadas no mercado
à vista de bolsa de valores ou de entidade referida no art. 2o.
Art. 4o Relativamente às entidades
fechadas de previdência complementar optantes por regime especial de tributação, não
serão consideradas, para fins de determinação do limite do valor do imposto de renda a
ser pago, as contribuições extraordinárias da pessoa jurídica, relativas ao custeio de
déficit de serviços passados, conforme dispuser o regulamento. (Revogado pela Lei nº 11.053, de
2004)
Art. 5o As
entidades fechadas de previdência complementar ficam isentas da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º
de janeiro de 2002.
Art. 6o As
perdas apuradas no resgate de quotas de fundo de investimento poderão ser compensadas com
rendimentos auferidos em resgates ou incidências posteriores, no mesmo ou em outro fundo
de investimento administrado pela mesma pessoa jurídica, desde que sujeitos à mesma
alíquota do imposto de renda, observados os procedimentos definidos pela Secretaria da
Receita Federal.
(Vide Medida Provisória
nº 1.184, de 2023)
(Produção de efeitos)
(Revogado pela Lei nº 14.754, de
2023)
Produção de efeito
Art. 7o O
sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações Econômico-Fiscais
da Pessoa Jurídica (DIPJ), Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
(DCTF), Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica e Declaração de Imposto de Renda
Retido na Fonte (Dirf), nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou
omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de
não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado
pela Secretaria da Receita Federal, e sujeitar-se-á às seguintes multas:
Art. 7o O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte - DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais - Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não-apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal - SRF, e sujeitar-se-á às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)
I - de
dois por cento ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de
renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de
falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento,
observado o disposto no § 3º;
II - de
dois por cento ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e
contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na
Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou
entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º;
III - de
R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas.
III - de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante da Cofins, ou, na sua falta, da contribuição para o PIS/Pasep, informado no Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo; e (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)
IV - de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
§ 1º Para
efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I e II do caput, será
considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado
para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de
não-apresentação, da lavratura do auto de infração.
§ 1o Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-apresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)
§ 2º
Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas:
I - à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício;
II - a setenta e cinco por cento, se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.
§ 3º
A multa mínima a ser aplicada será de:
(Vide Lei nº 11.727, de
2008)
I - R$
200,00 (duzentos reais), tratando-se de pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa
jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei nº
9.317, de 1996;
II - R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos.
§ 4º Considerar-se-á
não entregue a declaração que não atender às especificações técnicas estabelecidas
pela Secretaria Receita Federal.
§ 5º Na
hipótese do § 4º, o sujeito passivo será intimado a apresentar nova
declaração, no prazo de dez dias, contados da ciência à intimação, e sujeitar-se-á
à multa prevista no inciso I do caput, observado o disposto nos §§ 1º
a 3º.
§ 6o No caso de a obrigação acessória referente ao Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais - DACON ter periodicidade semestral, a multa de que trata o inciso III do caput será calculada com base nos valores da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS ou da Contribuição para o PIS/PASEP, informados nos demonstrativos mensais entregues após o prazo. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
§ 6o No caso de a obrigação acessória referente ao Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON ter periodicidade semestral, a multa de que trata o inciso III do caput deste artigo será calculada com base nos valores da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS ou da Contribuição para o PIS/Pasep, informados nos demonstrativos mensais entregues após o prazo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 8o Os serventuários da Justiça deverão informar as operações imobiliárias anotadas, averbadas, lavradas, matriculadas ou registradas nos Cartórios de Notas ou de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos sob sua responsabilidade, mediante a apresentação de Declaração sobre Operações Imobiliárias (DOI), em meio magnético, nos termos estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal.
§ 1º A
cada operação imobiliária corresponderá uma DOI, que deverá ser apresentada até o
último dia útil do mês subseqüente ao da anotação, averbação, lavratura,
matrícula ou registro da respectiva operação, sujeitando-se o responsável, no caso de
falta de apresentação, ou apresentação da declaração após o prazo fixado, à multa
de 0,1% ao mês-calendário ou fração, sobre o valor da operação, limitada a um por
cento, observado o disposto no inciso III do § 2o.
§ 2º
A multa de que trata o § 1º:
I - terá como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não-apresentação, da lavratura do auto de infração;
II - será reduzida:
a) à metade, caso a declaração seja apresentada antes de qualquer procedimento de ofício;
b) a setenta e cinco por cento, caso a declaração seja apresentada no prazo fixado em intimação;
III - será
de, no mínimo, R$ 500,00 (quinhentos reais).
III será de, no mínimo, R$ 20,00 (vinte reais). (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)
§ 3º O
responsável que apresentar DOI com incorreções ou omissões será intimado a apresentar
declaração retificadora, no prazo estabelecido pela Secretaria da Receita Federal, e
sujeitar-se-á à multa de R$ 50,00 (cinqüenta reais) por informação inexata,
incompleta ou omitida, que será reduzida em cinqüenta por cento, caso a retificadora
seja apresentada no prazo fixado.
Art. 9o Sujeita-se às multas de que tratam os
incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430,
de 27 de dezembro de 1996, a fonte pagadora obrigada a reter tributo ou
contribuição, no caso de falta de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o
prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória, independentemente de outras
penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Vide Medida Provisória
nº 351, de 2007)
Art. 9o Sujeita-se à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1o, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)
Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado.
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Congresso Nacional, em 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República.
Senador RAMEZ TEBET
Presidente da Mesa do Congresso Nacional
Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.4.2002
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