Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 7.070, DE 26 DE JANEIRO DE 2010.

Revogado pelo Decreto nº 9.962, de 2019

Dispõe sobre a composição e as competências do Comitê de Participação no Fundo de Garantia para a Construção Naval - CPFGCN e sobre a forma de integralização de cotas da União no Fundo de Garantia para a Construção Naval - FGCN.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 11.786, de 25 de setembro de 2008, 

DECRETA: 

CAPÍTULO I

DO COMITÊ DE PARTICIPAÇÃO NO FUNDO DE

GARANTIA PARA A CONSTRUÇÃO NAVAL - CPFGCN 

Seção I

Da Composição 

Art. 1o  O Comitê de Participação no Fundo de Garantia para a Construção Naval - CPFGCN tem por finalidade orientar a atuação da União nas assembléias de cotistas do Fundo de Garantia para a Construção Naval - FGCN. 

Art. 2o  O CPFGCN será integrado por um representante, titular e suplente, de cada órgão a seguir indicado:

I - Ministério da Fazenda, que o presidirá;

II - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e

III - Casa Civil da Presidência da República. 

§ 1o  Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda designar os membros do CPFGCN, indicados pelos titulares dos órgãos referidos neste artigo. 

§ 2o  Aos membros do CPFGCN não cabe qualquer tipo de remuneração pelo desempenho de suas funções. 

§ 3o  O CPFGCN contará com a assessoria técnica prestada pela instituição financeira administradora do FGCN, que poderá contratar consultoria independente.

Seção II

Da Competência 

Art. 3o  Compete ao CPFGCN:

I - examinar o estatuto e o regulamento do FGCN, nos termos do § 2o do art. 3o da Lei no 11.786, de 25 de setembro de 2008, bem como suas respectivas propostas de alteração, antes da apreciação pela assembléia de cotistas;

II - avaliar e propor as diretrizes e condições gerais de operação do FGCN;

III - acompanhar e propor medidas para o equilíbrio econômico-financeiro do FGCN e sua situação atuarial;

IV - acompanhar as medidas adotadas pela administradora do FGCN;

V - acompanhar o desempenho do FGCN, a partir dos relatórios elaborados pela administradora;

VI - examinar os relatórios de auditorias interna e externa do FGCN;

VII - examinar a prestação de contas e os balanços anuais, bem como as demais demonstrações financeiras, a partir dos relatórios elaborados pela administradora;

VIII - elaborar e aprovar o seu regimento interno;

IX - propor políticas e diretrizes para gestão do FGCN;

X - elaborar atas de suas reuniões, contendo as orientações à atuação da União nas assembléias de cotistas do FGCN; e

XI - propor a integralização de cotas adicionais para o aumento da capacidade de prestação de garantia do FGCN. 

Seção III

Da Competência do Presidente 

Art. 4o  Compete ao Presidente do CPFGCN, sem prejuízo de outras atribuições estabelecidas no regimento interno do Comitê, convocar e presidir as reuniões. 

Seção IV

Das Reuniões 

Art. 5o  O CPFGCN reunir-se-á:

I - ordinariamente, uma vez a cada trimestre, salvo se não houver objeto que justifique a reunião; e

II - extraordinariamente, por convocação do Presidente, em decorrência de requerimento de qualquer membro, ante a relevância da matéria. 

§ 1o  As reuniões ordinárias serão realizadas em data, hora e local designados com antecedência mínima de dez dias úteis. 

§ 2o  As reuniões do CPFGCN serão realizadas com a presença da maioria simples dos seus membros. 

Seção V

Das Orientações 

Art. 6o  O CPFGCN deliberará mediante orientações constantes das atas de reunião.  

§ 1o  Ao Presidente do CPFGCN, nos casos de urgência e relevante interesse, é conferida a prerrogativa de deliberar sobre matérias de competência do Comitê, ad referendum do colegiado.  

§ 2o  As deliberações ad referendum do CPFGCN deverão ser submetidas pelo Presidente ao colegiado, em reunião a ser realizada no prazo de quinze dias a partir da publicação dessas deliberações.  

Art. 7o As deliberações do CPFGCN que aprovem o seu regimento interno e suas alterações deverão ocorrer por unanimidade.  

Parágrafo único.  O regimento interno poderá estabelecer que outras decisões, além das previstas no caput, deverão ser tomadas por unanimidade.  

Seção VI

Da Secretaria-Executiva 

Art. 8o  O CPFGCN contará com uma Secretaria-Executiva, que dará o apoio administrativo necessário ao desempenho de suas competências. 

Art. 9o  A Secretaria do Tesouro Nacional atuará como Secretaria-Executiva do CPFGCN. 

Parágrafo único.  Compete à Secretaria-Executiva:

I - promover o apoio e os meios necessários à execução dos trabalhos do CPFGCN;

II - preparar as reuniões do CPFGCN;

III - acompanhar a implementação das recomendações, deliberações e diretrizes fixadas pelo CPFGCN;

IV - elaborar minutas de atas das reuniões do CPFGCN; e

V - exercer outras atividades que lhe sejam atribuídas pelo CPFGCN. 

Seção VII

Da Câmara Consultiva Técnica

Art. 10.  O CPFGCN contará com uma Câmara Consultiva Técnica, que será responsável pela preparação das orientações a serem submetidas previamente à apreciação do Comitê.             (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

§ 1o  A Câmara Consultiva Técnica será integrada por um representante, titular e suplente, de cada órgão a seguir indicado:             (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

I - Ministério da Fazenda;             (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

II - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e             (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

III - Casa Civil da Presidência da República.              (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

§ 2o  Compete à Câmara Consultiva Técnica auxiliar o CPFGCN no desempenho das atribuições previstas no art. 3o, bem como exercer outras atividades que lhe sejam atribuídas pelo Comitê.              (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

§ 3o  O funcionamento da Câmara Consultiva Técnica será disciplinado no regimento interno do CPFGCN.       (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

§ 4o  Caberá ao Ministro de Estado da Fazenda designar os membros da Câmara Consultiva Técnica, indicados pelos titulares dos órgãos referidos no § 1o.               (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

§ 5o  A função de membro da Câmara Consultiva Técnica não será remunerada, mas considerada prestação de serviço público relevante.              (Revogado pelo Decreto nº 9.305, de 2018)

CAPÍTULO II

DA INTEGRALIZAÇÃO DE COTAS PELA UNIÃO 

Art. 11.  Ficam desvinculadas do Fundo Nacional de Desestatização - FND, de que trata a Lei no 9.491, de 9 de setembro de 1997, as ações mencionadas nos Anexos I e V deste Decreto.  

Art. 12.  Ficam desvinculadas do Fundo de Amortização da Dívida Pública Mobiliária Federal - FAD, de que trata a Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, as ações mencionadas no Anexo II deste Decreto.  

Art. 13.  Ficam excluídas dos Anexos I e II do Decreto nº 5.411, de 6 de abril de 2005, as ações de titularidade da União constantes do Anexo III deste Decreto que não foram utilizadas na subscrição de cotas do Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas - FGP, de que trata o artigo 16 da Lei no 11.079, de 30 de dezembro de 2004. 

Parágrafo único.  As informações constantes do Anexo III deste Decreto contemplam as mudanças societárias e os desdobramentos e grupamentos de ações ocorridos desde a edição do Decreto nº 5.411, de 2005. 

Art. 14.  Fica autorizada a integralização de cotas no FGCN mediante transferência das ações de propriedade da União constantes dos Anexos I, II, III e IV deste Decreto, referentes a participações minoritárias e a participações excedentes à manutenção do controle em sociedades de economia mista. 

§ 1o  A transferência das ações referidas no caput será efetivada após publicação de portaria do Ministro de Estado da Fazenda, que deverá conter a metodologia de cálculo do valor de subscrição, a quantidade, a espécie e a classe de ações a serem transferidas. 

§ 2o  A transferência de que trata o § 1o contemplará as mudanças societárias e os desdobramentos e grupamentos de ações que venham a ocorrer após a publicação deste Decreto. 

§ 3o  A Secretaria do Tesouro Nacional deverá elaborar parecer prévio acerca do mérito da transferência das participações, assegurando que sua efetivação não representará perda do controle acionário. 

§ 4o  Compete à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional representar a União nos atos de transferência das ações nominativas não escriturais, mediante solicitação da administradora do FGCN. 

§ 5o  No caso de ações escriturais, caberá à Secretaria do Tesouro Nacional adotar as providências relativas à transferência junto à entidade custodiante. 

Art. 15.  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília, 26 de janeiro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Guido Mantega
Paulo Bernardo Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.1.2010 

 ANEXO I 

Ações a serem desvinculadas do FND e disponibilizadas para capitalização no FGCN. 

EMPRESAS

AÇÕES/ ESPÉCIE/ CLASSE

QUANTIDADE

BANCO DO BRASIL

ON

30.000.000

 ANEXO II 

Ações a serem desvinculadas do FAD e disponibilizadas para capitalização no FGCN. 

EMPRESAS

AÇÕES/ ESPÉCIE/ CLASSE

QUANTIDADE

TELEMAR NORTE LESTE

PNA

120

TIM

ON

343

PN

1.886

VIVO

ON

103

PN

121

ANEXO III 

Ações reservadas ao FGP disponibilizadas para capitalização no FGCN 

EMPRESAS

AÇÕES/ ESPÉCIE/ CLASSE

QUANTIDADE

BANCO DO BRASIL

ON

15.000.000

CELPE

ON

38.267

PNA

122.911

COELBA

ON

140.042

COMGÁS

ON

72.315

VALE

ON

56.712

M&G POLIÉSTER

ON

336.285

ANEXO IV 

Ações livres disponibilizadas para capitalização no FGCN 

EMPRESAS

AÇÕES/ ESPÉCIE/ CLASSE

QUANTIDADE

AFLUENTE

ON

14.538

BANESE

ON

226

BRASIL TELECOM

ON

1.562

PN

12.973

CEEE-D

ON

193

PN

302

CEEE-GT

ON

193

PN

302

CEMAR

ON

53.667

COELBA

ON

5.339

CONTAX

ON

101

PN

10

COPASA

ON

172

COPEL

PNA

2.428

COSERN

ON

65.387

PNA

12.418

PNB

12.885

EMBRATEL

ON

3.910.001

PN

2.970.719

PARANAPANEMA

ON

43.556

QGN

PN

7.961.380

RANDON

ON

2.520

SANTANDER

PN

433.357

TELEMAR NORTE LESTE

ON

69

PNA

1.181

TELE NORTE CELULAR

ON

12

PN

22

TELE NORTE LESTE

ON

2.023

PN

211

TELESP

ON

651

PN

1.204

TIM

ON

4.579

PN

60.179

TRACTEBEL

ON

356

VICUNHA TÊXTIL

PNA

258

PNB

1.023

VIVO

ON

546

PN

7.132

ANEXO V

Ações a serem desvinculadas do FND que permanecem na titularidade do Tesouro Nacional 

EMPRESAS

AÇÕES/ ESPÉCIE/ CLASSE

QUANTIDADE

BANCO DO BRASIL

ON

30.000.000

   *